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Júri popular condena Anaflavia a 85 anos por assassinar a família

Após a anulação da primeira sentença a pedido tanto da defesa como da Promotoria, a pena, que era de 61 anos, foi aumentada

Renan Soares
27/08/2024 | 22:49
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FOTO: Denis Maciel/DGABC, 2020

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Está definida a pena de Anaflavia Meneses Gonçalves. Em júri popular finalizado na noite desta terça-feira (27) no Tribunal de Santo André, após julgamento adiado em junho, ela teve período de reclusão fixado em 85 anos, cinco meses e 23 dias, em regime inicial fechado, pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, roubo majorado, associação criminosa e destruição de cadáver. A ré era acusada de roubar, assassinar e ocultar os corpos dos próprios pais, Flaviana de Meneses Gonçalves, na época do crime com 40 anos, e Romuyuki Veras, 43, e do irmão Juan Victor Gonçalves, 15, em crime ocorrido no dia 28 de janeiro de 2020.

A punição é maior que a aplicada pelo júri de 2023, de 61 anos, cinco meses e 23 dias de prisão, contestada tanto pela defesa como pela Promotoria – em relação ao irmão da acusada, Juan Victor Gonçalves – e que acabou sendo anulada. Além de Anaflavia, sua então companheira, Carina Ramos de Abreu, foi condenada pelo crime, juntamente com Juliano Oliveira e Jonathan Fagundes, primos de Carina, e Guilherme Ramos. 

A família foi morta em um condomínio residencial de Santo André e os corpos foram carbonizados na Estrada do Montanhão, em São Bernardo. 

Na sessão, Anaflavia repetiu as ações do julgamento realizado em 2023. Com cabelo cortado, ela chorou em alguns trechos do júri, principalmente quando a Promotoria narrava a noite do crime. Em outros momentos, balançou a cabeça negativamente. A defesa apresentou a tese de que a condenada não cometeu os crimes de homicídio, apenas os de roubo, do qual ela se arrependeria. Enquanto a Promotoria afirmava que aquele que de qualquer modo participa do crime é responsável pelo resultado, neste caso, as mortes.

Em uma mudança em relação ao último julgamento, a defesa apostou em uma carta de Jonathan, endereçada a Anaflavia em agosto do ano passado, após o júri que o condenou. No registro, ele diz que suas atitudes eram “imperdoáveis”, e que estava torcendo pela absolvição de Anaflavia. Na saída do júri, o advogado de defesa de Anaflavia, Leonardo José Gomes, afirmou que não concorda com a pena. “Vamos trabalhar nessa sentença para averiguar melhor”, comentou. 

O advogado Epaminondas Gomes de Farias, assistente de acusação da família, comemorou o resultado. “O que depositamos aqui foi muito trabalho, para que esse caixão fosse fechado”, disse. 

Vera Lúcia Conceição, a Dona Vera, mãe de Flaviana e avó da acusada, afirmou que o desfecho é uma “missão cumprida”, e que, “apesar de a sentença não trazer eles de volta”, estava satisfeita. “Vontade de correr, pular e gritar”, dizia.

AS PENAS

Em relação aos outros envolvidos, Guilherme teve pena de 56 anos, dois meses e 20 dias. Carina, apontada pelos outros dois réus como a principal articuladora do crime, recebeu a maior punição, com 74 anos, sete meses e dez dias. Todas as penas deveriam ser cumpridas em regime inicial fechado. 

Em julgamento separado, Juliano foi condenado a 65 anos, cinco meses e dez dias, além de pagar 37 dias-multa. Jonathan teve pena estipulada em 56 anos, dois meses e 20 dias de reclusão e a pagar 35 dias-multa. Ao contrário dos outros réus julgados anteriormente, a dupla confessou a participação no homicídio de duas das três vítimas da família Gonçalves. 

Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público, o crime teria sido motivado por dinheiro.




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