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Filippi é atacado por adversários em debate com troca de farpas

Prefeito e candidato à reeleição em Diadema rebateu as acusações e direcionou suas críticas ao rival Taka Yamauchi

Natasha Werneck
24/08/2024 | 00:11
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Banco de Dados/DGABC


O prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT), candidato à reeleição, foi alvo de ataques dos adversários na disputa pelo Paço Gesiel Duarte (Republicanos), Márcio da Farmácia (Podemos) e Taka Yamauchi (MDB) durante o debate realizado nesta sexta-feira (24) pelo G1. Na maior parte do tempo, o petista travou embate contra o emedebista e os dois trocaram farpas, além de levantar acusações mútuas.

Pelas regras do debate, todos os candidatos teriam direito a perguntar e responder uma vez por bloco. No primeiro foi sorteado o tema Segurança Pública. Taka iniciou os trabalhos conforme sorteio realizado previamente e logo chamou Filippi para responder.

O candidato emedebista questionou o prefeito a respeito de medidas contra os “pancadões” em Diadema. “A gestão atual enaltece a promiscuidade e incentiva essa desordem, que é a porta de entrada para a criminalidade. O que o candidato vai fazer para melhorar os indicadores da ‘cifra negra’ (que corresponde à percentagem de crimes não resolvidos ou punidos) e atuar estrategicamente na cidade?”, indagou Taka.

Filippi ressaltou que conseguiu reduzir a quantidade de lugares que realizavam as festas nas ruas e que, para os demais, a gestão está “tomando medidas”. Apesar disso, o candidato adversário não ficou satisfeito com o que foi dito pelo petista. “O senhor não me respondeu sobre a ‘cifra negra’, o que mostra que o senhor é incompetente, preso ao passado e não consegue entregar nada.”

Da mesma forma, o prefeito também se incomodou com o termo usado por Taka. “Eu vou exigir que o senhor respeite (os negros) por meio do vocabulário, porque não se deve falar em ‘cifra negra’. É uma expressão que leva uma posição de agressão aos nossos afrodescendentes”, afirmou.

Outro candidato a criticar a atual gestão na questão de Segurança Pública foi Márcio da Farmácia. “Em 645 municípios em São Paulo, Diadema foi a terceira cidade com mais roubos de celular. Isso é um desrespeito com nossa população e um descompromisso da prefeitura do PT com nossa cidade”, afirmou.

HABITAÇÃO

No tema Habitação, Filippi ressaltou os feitos da gestão em relação à área de “regularização fundiária”. Taka, que foi o candidato convocado para a discussão, debochou: “O candidato vive em outra realidade. Você concorda com esses avanços na área da Habitação que o atual prefeito está falando? É uma vergonha.”

Segundo o emedebista, “a cidade de Diadema não conseguiu entregar uma única unidade habitacional”. “Ainda teve vários escândalos”, citando a ação de desmobilização realizada pela GCM (Guarda Civil Municipal) das famílias que vivem na invasão Vila Jandira, localizada na Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, no bairro Eldorado, e a investigação contra o ex-secretário de Habitação Ronaldo Lacerda (PT).

Enquanto Filippi chamou Taka de “candidato Copa do Mundo, que aparece a cada quatro anos”, o rival rebateu: “Parece que você ficou em home office nos últimos três anos e apareceu pulando amarelinha agora no último ano de eleição. Tem envolvimento com essas organizações que você fala, aliados políticos como seu líder de governo e ex-secretários destinando dinheiro de forma ilícita. É complicado”, reagiu Taka.

EDUCAÇÃO

Na Educação, Taka questionou Filippi sobre a im-plementação da ideologia de gênero nas escolas. “É uma vergonha hoje nossa cidade, na sua insistência, implementar a ideologia de gênero e orientação sexual para crianças de 0 a 6 anos. A escola é lugar de alfabetização e de aprender português e matemática”, apontou. “A política que praticamos rima com pedagogia e não ideologia”, rebateu Filippi.

O emedebista disse que o adversário não respondeu a pergunta e ironizou o fato de o prefeito estar atrás do eleitorado cristão. “Muito blá-blá-blá. Não respondeu minha pergunta, mostra que é incompetente e não consegue entregar nada. Sabe por que você não respondeu? Porque o povo cristão, que você agora quer captar, não concorda com ideologia de gênero, mas seus companheiros querem implementar isso para nossas crianças poluírem a mente”, disse.

ACUSAÇÕES

Taka também acusou Filippi de receber verba de forma irregular diretamente do chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marco Aurélio Santana Ribeiro, conhecido como Marcola. “O Brasil vem sofrendo com o crime organizado. O tal de Marcola, lá de Brasília, de forma irregular, mandou dinheiro aqui para Diadema, e o pior é que esse dinheiro não chegou para a população. Cadê esse dinheiro? Está vindo de táxi?”, ironizou o candidato.

O prefeito de Diadema se irritou com o questionamento do rival: “Eu não sei qual é sua insinuação a respeito do Marcola. Ele é um secretário particular do presidente Lula, que cuida da agenda dele e não tem nada a ver com crime organizado. Você está fazendo uma acusação leviana e injuriosa.”

Filippi se defendeu e acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem Taka é apoiador, de negar verba para Diadema. “O governo Lula está propondo recursos para municípios de todo País. São recursos que o governo federal estabeleceu para várias cidades, inclusive Santo André e São Bernardo. O presidente Lula não faz como o governador anterior, que discriminava, mandava recursos para São Bernardo e não levava para nossa cidade nem Mauá.”

Na réplica, Taka debochou: “Calma candidato, o senhor fica nervosinho quando fala de dinheiro de táxi, do Marcola”. Filippi voltou a rebater: “Você espalha fake news. Eu estou aqui manifestando a minha posição de indignação frente a uma acusação a um companheiro nosso. Você está fazendo comparações levianas.”

Taka é cobrado por obras atrasadas

Do mesmo modo que o prefeito José de Filippi Júnior (PT), Taka Yamauchi (MDB) também virou alvo dos adversários, que o acusaram de ser “forasteiro” e não conhecer a cidade. Gesiel Duarte (Republicanos) disse que o emedebista atrasou a entrega de obras em escolas em Ribeirão Pires e na Capital e “alunos tiveram de fazer revezamento para assistir aula”,

O emedebista alegou que o colega estava “mal informado” e o chamou de “puxadinho do PT”.

Taka aproveitou o momento para voltar a responder a Filippi, que o havia acusado de “dor no cotovelo”. “A pior dor não é dor do pé, joelho, cotovelo, prefeito. É da consciência que você deveria ter de fazer isso com a educação do município. O ‘quarteirão da enganação’ é realmente um grande esqueleto”, ressaltou.

Na resposta, Gesiel acusou Taka de não conhecer a cidade. “O candidato não conhece as pessoas de Diadema, não conhece a atuação dos candidatos. Na geografia de Diadema ele tirou zero. Sítio Joaninha não fica no Serraria, Morro dos Macacos não é em Diadema, Rua Santa Cruz chama-se Avenida Santa Cruz. Só no mapa que te deram Diadema faz divisa com Santo André.”

Quem também cobrou Taka foi Márcio da Farmácia, que o acusou de atrasar obras públicas. “O senhor, enquanto esteve em Ribeirão Pires, teve mais de R$ 6 milhões parados de obras não entregues e também na SPObras mais de 100 licitações que não foram feitas”, apontou. “Tenho no meu currículo mais de 400 obras”, rebateu Taka. 

O candidato do Podemos também citou uma investigação sobre o adversário. “Deixou mais de 100 licitações sem serem feitas com gastos de R$ 1 bilhão e está sendo investigado pelo Ministério Público”, disse.

A estratégia do emedebista foi rebater as acusações. “Não sou eu que tive um assessor vinculado ao crime organizado que, infelizmente, foi assassinado a tiros de fuzil.”




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