Disputa às vagas nas Câmaras das sete cidades tem 2.512 registros de candidatura, número 32,7% menor do que no pleito de 2020
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O número de candidatos a vereador no Grande ABC nas eleições deste ano é o menor desde 2008. Com 2.512 nomes à disposição dos eleitores das sete cidades no pleito de outubro, o número de concorrentes caiu 32,7% em relação ao da eleição de 2020, quando a região contou com 3.734 postulantes às vagas na Câmara. O levantamento do Diário considerou dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) das últimas quatro eleições.
O número de pleiteantes em 2024 também é inferior às quantidades registradas nas eleições de 2016 e 2012, quando a região contou com 3.191 e 2.812 candidatos, respectivamente. Em 2008, o Grande ABC registrou 2.005 postulantes à vereança.
Para a eleição deste ano, a maior fatia de candidatos a vereador está concentrada em São Bernardo, que dispõe de 568 pleiteantes. Depois figura Santo André, com 462. Na sequência estão Diadema (410), Mauá (393), São Caetano (284), Ribeirão Pires (207) e, por último, Rio Grande da Serra (188).
Na comparação com o pleito de 2020, a maior queda no número de candidaturas é observada em Ribeirão Pires: são 207 candidatos às 17 cadeiras no Legislativo, ante 391 nomes registrados há quatro anos – queda de 47%. Também houve queda expressiva em Mauá e São Bernardo. Se a primeira conta hoje com 393 postulantes, em 2020 o número de registros foi 642, queda de 38,7%. Na segunda, a diminuição das candidaturas foi de 34,9%, com os nomes registrados recuando de 873 em 2020 para 568 neste ano.
A queda na oferta de candidaturas aos Legislativos da região quebrou uma sequência de aumento no número de postulantes a cada eleição. De 1996 até 2020, o crescimento foi de 124%, com todos os pleitos registrando elevação nos números na comparação com a eleição anterior. De acordo com o advogado Alberto Rollo, especialista em legislação eleitoral, a diminuição é resultado de um conjunto de fatores que inclui as novas regras da Justiça Eleitoral, que reduziram o limite máximo de candidatos a vereador por partido.
“Houve uma mudança importante na lei sobre isso. Não pode mais ter coligação proporcional. Então, cada partido lança seus candidatos isoladamente. Também tem a questão do número máximo de candidatos, que precisa ser 100% do número de cadeiras na Câmara mais um”, explica Rollo. “Outra coisa: dentro desse número é preciso ter 30% de mulheres e a conta precisa ser sempre proporcional. Se o partido não tiver 30% de mulheres, tem de reduzir os homens proporcionalmente.”
Até 2021, a legislação eleitoral estabelecia um teto de 150% do número de vagas no Legislativo. Em São Bernardo, por exemplo, são 28 vereadores na atual legislatura. Então, as siglas podiam ter até 42 candidatos à Câmara. A partir deste ano, o limite é menor. Cada partido só poderá ter 29 nomes na disputa pelo legislativo são-bernardense, por exemplo.
MAIS CADEIRAS
Duas cidades aprovaram na atual legislatura o aumento no número de cadeiras nas Câmaras a partir do ano que vem. Em Santo André, o número de vereadores subirá dos atuais 21 para 27. Isso significa que cada partido tem direito a 28 candidatos à vereança no município. O aumento do número de parlamentares foi aprovado em 2021 pela Câmara.
São Caetano também terá mais vereadores a partir do ano que vem. Nesta eleição, a cidade vai eleger 21 parlamentares, dois a mais do que o número de cadeiras na Câmara atual.
Mulheres são 34,1% entre candidatos às Câmaras
Das 2.512 candidaturas às Câmaras com pedidos de registro nas sete cidades, apenas 34,1% são femininas. Ao todo, 858 mulheres se candidataram à vereança no Grande ABC.
São Bernardo é a cidade que mais possui candidaturas femininas, com total de 187. O número representa 39,9% das candidaturas no município. Logo em seguida vem Santo André, que tem 150 mulheres registradas na disputa pelo Legislativo – 32,4% do total de 462 candidatos. Depois vêm Diadema e Mauá, com 142 e 136 candidatas, respectivamente – ambas têm 34,6% de mulheres na corrida.
Proporcionalmente, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra têm mais candidatas do que as demais cidades da região. Em Ribeirão, 76 dos 210 concorrentes são mulheres, enquanto Rio Grande possui 70 candidatas do total de 188 postulantes.
Na atual legislatura, a região tem apenas oito mulheres entre os 142 ocupantes dos Legislativos das sete cidades – 5,6%. <EM>A baixa adesão de mulheres na eleição de vereadores acompanha a pouca participação feminina nas chapas majoritárias. Das 33 candidaturas a prefeito e vice-prefeito oficializadas no Grande ABC, apenas cinco são mulheres, ou 15% do total. O número representa queda de 50% no total de candidaturas femininas em relação ao do pleito de 2020, quando a região contou com dez mulheres na corrida eleitoral.
Santo André é a cidade com o maior número de candidatos (sete) e é a única da região com mais de uma candidatura feminina. A ex-vereadora Bete Siraque (PT) tem a missão de levar o PT de volta à Prefeitura após o ex-prefeito petista Carlos Grana não ser reeleito em 2016. Também no campo da esquerda, o PCO oficializou o nome de Cleniza Panato à disputa pelo Paço.
Em São Bernardo, a sobrinha do prefeito Orlando Morando (PSDB), Flávia Morando (União Brasil), é a única representante feminina na disputa pela Prefeitura.
São Caetano e Ribeirão Pires são as cidades da região que não contam com candidaturas femininas ao Executivo, embora haja mulheres postulantes a vice. Na primeira, Sara Jane (PV) está colocada como candidata a vice-prefeita na chapa com Jair Meneguelli (PT), e Viviane Pereira (Psol) divide a chapa pura com Professor Rafinha. Em Ribeirão, Tati Tibério (PDT) é postulante a vice na composição com Renato Foresto (PT).
Em Mauá, a socialista Amanda Bispo (UP) é a única mulher entre os nomes colocados para a disputa ao Paço, assim como Penha Fumagalli (PSD) é a única mulher concorrendo à Prefeitura de Rio Grande da Serra
Região tem apenas dois indígenas no pleito; pretos somam 12,7%
O Grande ABC terá apenas duas candidaturas de pessoas indígenas na corrida pelos Legislativos das sete cidades. De acordo com dados disponíveis no portal do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Wilson Gonçalves (Solidariedade), em Santo André, e Elvis Presley (Agir), em Mauá, serão os únicos indígenas na eleição para vereador.
O número também é baixo entre as pessoas autodeclaradas pretas. Em toda a região, serão 321 candidatos pretos a vereador, o que representa apenas 12,7% do total das candidaturas (2.512).
Mauá é a cidade com o maior número de postulantes pretos (73). Eles representam 18,5% das 393 candidaturas no município. Logo em seguida vem São Bernardo, com 62 candidatos, ou 10,9% do total.
Por outro lado, a cidade que tem menor representação preta é São Caetano, com apenas 20. Isso significa que apenas 7% dos candidatos a vereador no município são pretos.
Em Santo André, serão 39 candidatos autodeclarados pretos, 8,4% das candidaturas da cidade; em Diadema serão 65 (15,8%); em Ribeirão são 30 (14,4%); e em Rio Grande da Serra são 32 (17%).
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