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Psicologia dita o atual perfil do futebol
Nelson Cilo
Do Diário do Grande ABC
19/09/2010 | 07:37
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A psicologia é um dos componentes indispensáveis ao bom planejamento dos clubes mais avançados. É o toque mágico que pode, sim, elevar as forças dos candidatos ao título ou ao rebaixamento. A especialista Suzy Fleury, ex-Seleção Brasileira, Palmeiras, Corinthians, São Paulo e outros importantes clubes do País, já viveu como nunca os dois universos das intensas disputas que podem mandar ao inferno ou ao paraíso das várias atividades profissionais.

Recentemente, ela roubou as principais cenas do auditório da Etec "Lauro Gomes", em São Bernardo, ao falar da Competência Emocional aos alunos e convidados que lá estavam para ouvir uma das mais respeitáveis autoridades na área. Segundo ela, o tema abordado é fundamental não apenas para fortalecer o ego das pessoas, mas especialmente para quem pretende sair das crises. No caso universal da bola, a tradução valeria - e como! - para equipes iguais ao Santo André que, na véspera da nova sinfonia de Suzy, procurava explorar estímulos capazes de conduzi-lo à vitória reabilitadora em cima do Paraná pela Série B do Campeonato Brasileiro.

NO TOPO - Além de se envolver em diferentes conquistas do Corinthians (de Oswaldo de Oliveira), Palmeiras (de Vanderlei Luxemburgo), do São Paulo (de Levir Culpi), do Santos,(de Nelsinho Baptista), do Atlético-PR (de Geninho) no Campeonato Brasileiro de 2001 (em cima do Azulão em pleno Anacleto Campanella), Suzy também atuou como cúmplice da tristeza daqueles que vêem o descenso como algo inaceitável. Mais do que isso: acionou espiritualmente o pequeno América-MG, campeão mineiro de 2001 diante do Atlético-MG.

SUPERAÇÃO - "É a força interior que te move a derrubar paredes", como diria Gonçalo Borges, personagem de braços pequenos e pernas curtíssimas, que tem as mãos coladas ao tórax do corpo minúsculo, mas executa impressionantes malabarismos para sobreviver, como ele justificaria, na base da ‘cara e da coragem'. O vídeo mostrava tudo aos atentos observadores no telão que a diretora Irene Scaranto Augusto Silva e o professor João Lázaro Masini Rossi instalaram especialmente para reproduzir as imagens que ilustrariam a concorrida palestra no local.

DESAFIOS - Se o exemplar Gonçalo consegue usar a boca para prender o pincel e riscar pinturas inconfundivelmente coloridas, não é nada surpreendente que aquele forte Davi do Santo André derrubasse - mas não levasse - o Golias do Santos na finalíssima do Paulistão. "O pior desafio de todo mundo é a sensação de perder. É a simples ideia da suposta derrota. A mais poderosa das armas é confiar em si, perseverar, nunca desistir... É não se cansar de repetir: acredito em mim, sei que vou chegar lá", exemplifica Suzy, que se emociona e solta lágrimas ao ouvir 300 curiosos aplaudi-la demoradamente. "Você cria uma espécie de cumplicidade. Não tem como evitar isso", assume a chorona, que se põe como espelho do sentimento humano. "É assim no futebol", compara Suzy, ao incluir no pacote as volúveis reações de amor e ódio que caracterizam a batalha mais apaixonante do planeta.

É LÁ E CÁ - Se a moça contribuiu para esquentar as brigas na ponta da tabela para levantar alguns troféus, Suzy experimentou o reverso da moeda ao impedir a queda tida como irreversível do Goiás, Sport, Náutico, Paraná, Coritiba e Atlético-PR. "Não há receitas infalíveis. Tiro a equipe da UTI e traço detalhes disso e daquilo", ensina Suzy, que risca do a palavra medo. Basta sonhar e imitar o jeito de Gonçalo.

 




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