Setecidades Titulo Memória
Que cidade era aquela? Tranquila. Sem assaltos. Jogo de bola no Largo da Matriz... ...e na Rua Mariano Pamplona.

Na iluminada Rua 28 de julho as crianças brincavam de barra manteiga, unha na mula, passa anel, boca de forno e faziam teatro

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
25/07/2024 | 08:00
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O texto e a memória do professor Oscar Garbelotto. Memorialista de primeira. Frases sempre surpreendentes. Conduz o leitor. Cria uma atmosfera envolvente. Nenhum traço de pieguice.

“Memória” o descobriu já no primeiro número da revista “Raízes”, editado pelo jornalista Aleksandar Jovanovic em julho de 1989.

“Da velha capela de 1877 à Matriz Velha de 1927: o símbolo da religiosidade dos pioneiros”, título do artigo que abriu a edição pioneira.

Agora, graças aos escritos do Dr. Garbelotto que a filha Morisa encontrou, “Memória” se depara com um professor Oscar intimista. Ele vai falando da sua infância, o que envolve personagens, cenários e momentos de outros protagonistas, como os meninos que jogavam bola no ainda chão de terra do pátio da Matriz Velha do Fundação. 

Menino vai conhecer toda São Caetano

Texto: Oscar Garbelotto

No “depósito” (este era o nome comum que a família designava a concessionária Antarctica) lembro de algumas das minhas obrigações: cuidar do livro de entradas e saídas dos barris de chopes, todos numerados; contar e separar todo o dinheiro recebido no dia anterior e deposita-lo na Casa Bancária São Caetano, instalada na parte superior do Cine Max a partir de l945, quando inaugurou o cinema. 

O curioso é que eu ia ao banco de bicicleta, levando nas mãos o dinheiro embrulhado em papel de jornal. Na época tinha completado 13 anos (1945) e nunca fui assaltado. Não existia isso em São Caetano. 

Outra atividade comum para mim, particularmente nas férias escolares, era acompanhar meu tio Nico, ou Victorino, na entrega de bebidas pela cidade, fazendo as vezes de ajudante. Apesar do trabalho duro e pesado (havia caixas de duas dúzias de cervejas e refrigerantes para carregar nos ombros) a atividade era divertida e conheci assim todos os recantos de São Caetano.

Desde cedo lembro-me da liberdade que tínha para brincar dentro e fora de casa. Apesar da grande extensão de nosso quintal, as ruas, várzeas, campos e largos eram frequentados em busca de diversão com os amigos.

A grande tranquilidade da São Caetano de então permitia a liberdade. Os lugares preferidos eram o largo da Matriz, onde havia grande espaço para nosso futebol, ao lado do Laurito Perrella, do Horácio Faccioli, do Sabino, do Infanti, entre outros. 

Quando pavimentaram com paralelepípedos o largo, acabou também nosso futebol no local. 

Um pouco adiante, já no começo da Rua Mariano Pamplona, um espaço triangular gramado serviu por longo tempo para nossas “peladas”. 

Outro local muito bom era na Rua Ceará, nos fundos da nossa propriedade. À noite, as calçadas da Rua 28 de Julho, iluminadas, serviam para reunir meninos e meninas em brincadeiras tais como “barra manteiga”, “unha na mula”, “passa anel”, “boca de forno”. Fazíamos “teatrinho” na rua.

Crédito da foto 1 – Álbum familiar

ERA 1937. Oscar Garbelotto, aos cinco anos de idade, e o pai Arthur Garbelotto. Estão sentados em banco da Praia do Gonzaga, em Santos. Foram visitar os avós Anna Scartozzoni Garbelotto e Antonio Garbelotto, que lá residiam temporariamente por motivo de saúde 

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

Domingo, 24 de julho de 1994 – Edição 876.

GRANDE ABC – Sindicatos aderiam ao Fórum do Grande ABC. Metalúrgicos e trabalhadores na área de Saúde apontavam a importância do movimento como processo dinâmico de exercício de cidadania.

Reportagem: Vera Magalhães

CIDADANIA – O presidente da OAB Santo André, Antonio Carlos Cedenho, acreditava que o problema da criança e do adolescente na região deveria ser uma das primeiras preocupações do Fórum da Cidadania.

“É preciso que as entidades se unam para fazer valer o Estatuto da Criança e do Adolescente”, defendia Cedenho.

COMPORTAMENTO – Pelo menos 11 bebês nascidos na região desde o início da Copa do Mundo 94 levavam nomes de craques da seleção.

Em Diadema, oito crianças se chamavam Romário,

Mauá registrava um Taffarel.

Para a psicóloga Francisca Vonk, o ato mostrava o desejo de participação num ato histórico.

EM 25 DE JULHO DE...

1904 – Nicolau Quaranta era nomeado professor substituto para a escola do Alto da Serra (Paranapiacaba).

Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo aprovava proposta para adquirir um terreno na Rua Benjamin Constant, local escolhido para construção de sua sede.

NOTA – E o edifício, com muito sacrifício, foi de fato construído e hoje o Instituto luta com as mesmas difuculdades do passado para mantê-lo.

Anúncio: precisa-se de um hábil alambiqueiro, e de boa conduta, para fazenda no Município de Limeira. Para entender-se com o Sr. Zanotta, no Largo de São Bento.

A Imprensa portuguesa passava por maus bocados. Jornais que criticassem o governo eram apreendidos. Caso dos periódicos “O Mundo” e “O Debate”.

HOJE

Dia do Motorista

Dia do Taxista

Dia do Escritor

Dia do Trabalhador Rural.

MUNICÍPIOS BRASILEIROS

No Estado de São Paulo, hoje é o aniversário de Águas de São Pedro, elevado a município em 1949, quando se separa de São Pedro. 

Hoje também é o aniversário, entre outras cidades, de Jaraguá do Sul (SC), Adrianópolis e Alto Piquiri (PR), Davinópolis (MA), Goiás (GO), Pimenteiras (PI) e São Leopoldo (RS).

São Cristóvão

25 de julho

Cristóvão significa “Aquele que carrega Cristo” ou “porta-Cristo”. É o Padroeiro dos Motoristas e, por extensão, dos Viajantes. Viveu provavelmente na Síria e sofreu o martírio no século III. Seu culto remonta ao século V.

Ilustração – Santuário Nossa Senhora Aparecida, em Astorga (Paraná)




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