Apontada como lobista do esquema da máfia das ambulâncias pelo empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, Cristianne Mayrink Sampaio Silva Neto foi funcionária comissionada da Câmara, onde trabalhou para dois deputados envolvidos com o escândalo do "mensalão": Sandro Mabel (PL-GO) e Pedro Corrêa (PP-PE), que teve o mandato cassado no início deste ano. De acordo com Vedoin, Cristianne praticava lobby para a Planam junto a um grupo de "20 a 25 deputados".

Segundo o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), a empresa depositou na conta de Cristianne cerca de R$ 16.500,00l, no período de dezembro de 2003 a fevereiro de 2005.

"É uma infeliz coincidência ela ter trabalhado com deputados envolvidos com o 'mensalão'. Temos de investigar isso", afirmou Jungmann.

Cristianne trabalhou na Casa entre abril de 2003 e abril deste ano: com Mabel, na liderança do PL e com Corrêa.

A suposta lobista tinha cargo de natureza especial (CNE) e ganhava cerca de R$ 2 mil. Segundo Vedoin, Cristianne foi encarregada de fazer contato com parlamentares e pagar propina aos que entrassem no esquema.

Em entrevista à revista Época, o empresário teria acusado mais quatro congressistas de integrarem a máfia das ambulâncias: o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP); o corregedor Ciro Nogueira (PP-PI); o líder do PTB, José Múcio Monteiro (PE), e o deputado Luiz Piauhylino (PSB-PE).