Diadema, Santo André e São Bernardo figuram no ranking de segurança; Brasil registra dois aparelhos subtraídos por minuto
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Matéria atualizada às 18h34
O Grande ABC tem três das 50 cidades do País com maior taxa de roubo e furto de celular. Diadema (14°), Santo André (27°) e São Bernardo (43°) estão entre os municípios com população igual ou superior a 100 mil habitantes com alto índice de subtração de aparelhos em 2023, segundo dados do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta quinta-feira (18).
Diadema contabilizou taxa de 1.208,4 roubos e furtos de celular para cada 100 mil habitantes. Em Santo André, o índice chegou a 1.005,2, e, em São Bernardo, foi de 833,9. São Paulo é o Estado com mais cidades entre as maiores taxas de subtração de aparelhos do País, com 15 municípios no ranking das 50. A Capital, por exemplo, foi uma delas e aparece na terceira posição, atrás apenas de Manaus, no Amazonas, e Teresina, no Piauí.
No Brasil, as delegacias de polícia registraram 937.294 ocorrências no ano passado, sendo quase dois celulares subtraídos por minuto. O levantamento verificou uma inversão na tendência de roubos e furtos no País. Até 2022, o crime de roubo (apropriação indébita de um bem mediante emprego de violência ou ameaça) era a modalidade mais comum para subtração de celulares.
Porém, a partir de 2023, enquanto os casos de roubo diminuíram, as ocorrências de furto (subtração de um bem sem agressão ou ameaça) cresceram. Entre 2018 e 2023, enquanto os roubos de celular tiveram queda de 21%, os furtos de celular tiveram crescimento de 13,7%.
Segundo o relatório, o alto volume de ocorrências de subtração dos aparelhos revela uma nova dinâmica dos crimes patrimoniais. “Não apenas pelo elevado número de crimes, porque eles )os crimes patrimoniais) são a porta de entrada mais fácil do crime organizado para uma série de outras modalidades delituosas que estão a financiar e aumentar o poder das organizações criminosas, a exemplo dos estelionatos e golpes virtuais”, apontou o relatório.
A marca mais visada pelos criminosos foi a Samsung, com 37,4% dos casos, seguida pela Apple, com 25%, e pela Motorola, com 23,1%. Embora respondam por apenas 10% do mercado nacional, os iPhones representam uma em cada quatro subtrações de aparelhos. O Fórum ressalta que, quando se atenta a proporções, é possível dizer que os usuários da Apple correm mais riscos na comparação com aqueles que utilizam telefones de outras marcas.
PADRÕES DOS ROUBOS E FURTOS
Segundo a publicação, em 78% dos casos de roubos e 44% dos furtos ocorreram em vias públicas. No que diz respeito aos dias da semana, os furtos apresentam maior incidência nos fins de semana: sábados e domingos somam 35%, em especial na parte da manhã, das 10h às 11h e a partir do meio da tarde, entre 15h e 20h, quando há menos pessoas circulando pela cidade.
Os roubos são mais frequentes entre terça e sexta-feira, com picos nos horários em que essas pessoas estão saindo de casa para o trabalho ou escola, entre as 5h e 7h da manhã, e quando retornam no fim do dia, entre 18h e 22h.
Sobre a prática do crime por gangues de bicicletas ou motos, cada vez mais comum nas cidades da Região Metropolitana de São Paulo, o relatório destacou que é uma tática utilizada pelos criminosos para, além de subtrair o aparelho, poder acessá-lo desbloqueado para facilitar a invasão a aplicativos de bancos ou que permitam transferências ágeis de recursos.
Violência contra mulher e letalidade policial crescem
Segundo o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado ontem, todas as modalidades de violência contra a mulher cresceram no País em 2023. As taxas de diferentes delitos, em comparação com 2022, apontaram alta de 9,8% nas agressões decorrentes de violência doméstica, 34,5% de perseguição (stalking), 16,5% de ameaças, 33,8% de violência psicológica, 9,2% de tentativa de homicídio e 7,1% de tentativa de feminicídio.
No ano passado, o Brasil registrou um estupro a cada seis minutos – no total, foram contabilizados 83.988 casos, sendo 76% das vítimas vulneráveis, como crianças, idosos, pessoas com deficiência. O relatório apontou ainda que outros registros de violência sexual cresceram, como importunação sexual (48,7%), assédio sexual (28,5%) e divulgação de cenas de sexo, estupro e pornografia (47,8%).
As mortes violentas seguiram tendência de queda dos últimos anos e caíram 3,4% em 2023. Foram registradas 46.328 mortes violentas intencionais em todo o País no ano passado, o que representa 22,8 mortes violentas a cada 100 mil habitantes. Santana (AP), Camaçari (BA), Jequié (BA), Sorriso (MT) e Simões Filho (BA) são as cidades mais violentas do Brasil, segundo dados do relatório.
Apesar da diminuição nas mortes violentas, a letalidade policial cresceu 188,9% em dez anos, de 2013 a 2023, com 6.393 mortes no total, o que significa 3,1 óbitos por 100 mil habitantes. Na comparação com 2022, houve redução de 1%.
A população preta e jovem representa o maior percentual de vítimas, e conforme destacou o anuário, o risco relativo de um negro morrer por intervenção da polícia é 3,8 vezes maior. Os estados com as polícias mais letais do País são Amapá, Bahia e Sergipe.
Nesse período, o número de policiais assassinados caiu 18,1%, enquanto os dados de agentes que tiraram a própria vida cresceram 26,2%, com 118 vítimas contabilizadas em 2023. Assim como nas estatísticas de letalidade policial, as pessoas negras são as maiores vítimas entre os policiais mortos e representam 69,7%. Em relação ao gênero, os homens são 96% do total de agentes mortos.
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