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Negócio mal explicado
Da Redação
18/07/2024 | 10:45
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O prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT), envolveu-se em mais um daqueles negócios maculados por suspeitas que têm caracterizado sua administração. Desta vez, o assunto, conforme detalha reportagem publicada nesta edição do Diário, gira em torno do aluguel de imóvel que vai servir de sede para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Sem nenhum zelo pelo dinheiro público, o petista assinou contrato com o dono do prédio pagando 50% a mais do preço praticado pelo mercado. Por um acordo de dez anos, o município vai gastar R$ 5,3 milhões. Para piorar o caso, a falta de transparência impede que os organismos de fiscalização exerçam sua obrigação.

Em sua tentativa desesperada de obter a reeleição, cada vez mais comprometida por causa da montanha de promessas feitas antes do pleito de 2020, mas não cumpridas no decorrer do atual mandato, Filippi parece ter perdido o bom senso necessário aos gestores públicos e passou a gastar o dinheiro dos contribuintes em projetos e contratos que levantam suspeitas pela inexistência de informações. Por mais que se tente obter dados para esclarecer questões importantes, muitas vezes a tarefa é inglória. Até os vereadores, cuja função constitucional é fiscalizar os atos do Executivo, têm dificuldades para investigar os negócios da Prefeitura.

Como pouco tem para mostrar aos diademenses na busca pelo voto, Filippi volta a abusar de promessas – expediente que, de tanto ser utilizado no passado, já foi apelidado de estelionato eleitoral pelos concorrentes – e aposta alto em sua proximidade com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de onde resulta a iniciativa de ativar a agência do INSS na cidade. Ser aliado do chefe do Executivo nacional é ativo importante para atrair investimentos, mas não se pode, a pretexto disso, acreditar ter salvo-conduto para fechar contratos com suspeita de sobrepreço.

Lula precisa começar a tomar cuidado para que a inconsequência política de Filippi não lhe traga problemas. Uma coisa é ser convidado a inaugurar uma maquete, como ocorreu no folclórico episódio do Quarteirão da Educação, cujas consequências não foram além do constrangimento. Outra, bem diferente e muito mais séria, é ser conivente com o mau uso de dinheiro público.




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