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Comerciante do Riacho acusa gestão Morando de perseguição política

Pâmela Trindade teve a concessão para venda de mandioca no bairro retirada após anunciar apoio a Alex Manente; ela atuava no local havia 22 anos

Artur Rodrigues
17/07/2024 | 09:02
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FOTO: Reprodução/Instagram

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Tradicional vendedora de mandioca no Riacho Grande, em São Bernardo, a comerciante Pâmela Greicy Trindade, 41 anos, acusa a gestão do prefeito Orlando Morando (PSDB) de perseguição política. Isso porque a Prefeitura retirou sua licença para exercer a atividade que praticava na rua Letícia Sales havia 22 anos logo após anunciar publicamente seu apoio à pré-candidatura do deputado federal Alex Manente (Cidadania) ao Executivo. 

Pâmela, conhecida no bairro como Loira da Mandioca, herdou o trabalho de sua mãe, Rita Suely Trindade, que começou com as vendas em meados de 2002 e morreu em 2015. Ao Diário, a comerciante revelou que sempre manteve boa relação com a Prefeitura, tanto na atual gestão, quanto nas anteriores. Durante a administração tucana, ela chegou a gravar vídeos institucionais para a Prefeitura, a fim de fomentar o comércio local. 

“Fui contratada pela Subprefeitura do Riacho Grande e pela Prefeitura de São Bernardo. Foi um serviço gratuito e, em troca, eles garantiriam meu sossego e não me tirariam do meu ponto. Nos vídeos, a gente buscava atrair clientes para o comércio da região e também mostrar o trabalho do subprefeito (Heitor Cristofolini)”, revelou a comerciante. 

A situação de Pâmela mudou depois que passou a apoiar a pré-candidatura de Alex Manente para o Executivo. No dia 7 de junho, ela recebeu uma notificação da Prefeitura ordenando que cessasse as atividades exercidas em seu ponto tradicional. Na semana passada, funcionários da Secretaria de Serviços Urbanos foram ao local para apagar do asfalto a área reservada para as vendas da comerciante. 

“Eu entrei no Progressistas com o Alex Manente e, por isso, a Prefeitura mandou me tirar do ponto. Corri atrás. Falei com o subprefeito (Heitor Cristofolini), e ele me disse que entraria em contato com o Orlando (Morando), mas o prefeito negou ajuda. Há um mês e meio enviaram a notificação me retirando de lá. Não deram justificativas, apenas disseram que eu não poderia mais estar ali. Temos nosso ponto há 22 anos. Estão tentando apagar nossa história”, disse a vendedora. 

Pâmela tem sua renda baseada nas vendas de mandioca no Riacho Grande. Mãe solteira de três filhos, a comerciante revelou que precisou trancar a faculdade da filha após a proibição imposta pela Prefeitura. 

“Minha filha mais velha estava na faculdade, mas tive de trancar o curso dela porque quem pagava era eu, sozinha. Minhas vendas de mandioca caíram muito desde que fui proibida de usar o meu ponto. Lá, eu vendia cerca de 50 quilos por dia. Hoje estou vendendo no máximo cinco. Somos tradição no Riacho. Todo mundo conhece a Loira da Mandioca. Tinha cliente que vinha de São Paulo para comprar com a gente. Orlando Morando é um cara muito sujo e cruel, a ponto de tirar o meu sustento”, declarou. 

OUTRO LADO

O Diário entrou em contato com a Prefeitura para entender o que motivou a retirada da licença de Pamela, mas não houve resposta até o fechamento desta edição. 




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