(São Bernardo, 28-9-1933 – Ribeirão Preto, 26-3-2024)
Há 30 anos, premiado ao lançar o seu primeiro livro de ficção – “Aqueles Cães Malditos de Arquelau” – o são-bernardense Isaias Pessotti foi fotografado por Wilson Magão, do Diário, defronte à capela Santa Filomena, em plena Rua Marechal Deodoro, em São Bernardo.
Até então, Isaias Pessotti publicara sete livros científicos. E se preparava para lançar mais um livro acadêmico, “A história da Loucura”.
“Aqueles cães...” foi o que lhe deu projeção, livro sobre a descoberta do Renascimento e inspirado por “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco.
“O sucesso do livro e filme ‘O Nome da Rosa’, do seu livro, dos discos de canto gregoriano, a volta da filosofia ao ensino escolar, tudo isso não seria um retorno do Renascimento (séculos XV e XVI)?”, perguntou-lhe Nei Bonfim, do Diário.
“Na medida em que há uma retomada do interesse pelo que era clássico, podemos pensar que existe um paralelo. Tudo isso corresponde a carências reais na sociedade. Se vê que se as pessoas estão sentindo necessidade de um aprofundamento da formação, no sentido de serem mais criativas, mais capazes de projetar suas vidas” – respondeu Isaias.
PESSOTTI, PRESENTE
Era 1994. Pelos quase 30 anos seguintes, Isaias Pessotti escreveu outros livros, entre os quais mais dois de ficção, pela Editora 34, a mesma que editou “Aqueles Cães...”, “O Manuscrito de Mediavilla” (1996) e “A Lua da Verdade” (1997). Sua produção maior, no entanto, foram os dez livros de psicologia e dezenas de artigos sobre esta área da sua formação acadêmica.
Amigo de infância de Beltran Asêncio, o Fotógrafo da Cidade (1927-2015), Isaias Pessotti foi fotografado por ele e concedeu longa entrevista à Memória do Diário.
Nesta entrevista, gravada, duas fitas mantidas por “Memória”, Isaias Pessotti centra sua fala nos anos vividos em São Bernardo, a infância, a juventude. Trechos estão reproduzidos no livro “Semente do Grande ABC”.
INTERCÂMBIO
Em 30 de agosto de 2017, “Memória” escrevia que os Pessotti de São Bernardo formavam uma família marcada pela intelectualidade, com destaque, nacional e internacional, para Isaias Pessotti, que uma vez por ano, sempre no Natal, visitava a irmã em São Bernardo.
Além de Isaias, “Memória” relacionava outros autores:
Attilio Pessotti, o grande cronista de São Bernardo, autor de artigos maravilhosos sobre a Memória local e cuja obra está sintetizada no livro Villa de São Bernardo, em segunda edição.
Dionizio Pessotti, irmão de Attílio. Músico. Compositor. E cronista, também, autor de livro de crônicas sobre São Bernardo, ilustrado por desenhos de sua autoria que reconstituem cenas da velha São Bernardo.
Frei Calisto, que vivia na Paróquia de Santo Antônio do Embaré, em Santos.
Memorialistas Durval Pessotti, Ivete Pessotti (que guarda o acervo deixado pelo tio-avô Attilio Pessotti), Mirian Zuccolo, Zilda Pessotti Battistini, Lourdes Eugênia – filha de Dionizio Pessotti – e todos os demais, pesquisadores da Memória
No mesmo ano de 2017, visitava os Pessotti de São Bernardo a professora Alda Luzia Pessotti, do Espírito Santo. Iniciava-se um intercâmbio que enriquecia a formação étnica desta família.
Crédito da foto 1 – Wilson Magão/Banco de Dados
DISSE ISAIAS A NEI BONFIM. O que eu sei é que há uma valorização do caseiro, do genuíno; aliás, nos países adiantados, já se sente um cansaço da tecnologia. (...) no meu livro as comidas vêm do quintal
DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Segunda-feira, 18 de julho de 1994 – Edição 8755
MANCHETE – (em letrais garrafais) TETRA.
De novo os melhores, pela quarta vez, 24 anos e 120 minutos depois da mais emocionante e ao mesmo tempo mais decepcionante final de Copa do Mundo: um sofrido e ascético 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação e a decisão na loteria dos pênaltis – a primeira a acontecer numa final – que favoreceu o Brasil por 3 a 2.
O líder do tetracampeonato só poderia ser Romário, autor do primeiro gol nos pênaltis,
O símbolo da derrota da Itália foi o craque Roberto Baggio, que errou a cobrança e decretou a vitória da Seleção.
Na capa da edição extra do Diário, Dunga ergue a Copa Fifa – uma edição de 14 páginas mais um poster colorido.
EM 18 DE JULHO DE...
1904 – Do correspondente do Estadão em Rio Grande (da Serra) – Por motivo do aniversário natalício do nosso amigo tenente Francisco José Pinto, o Pintarola, escrivão da subdelegacia local, os seus amigos fizeram-lhe ontem (29-6-1904) uma manifestação de apreço.
1929 - Por iniciativa do médico e vereador Francisco Perrone, eram colocadas placas junto à antiga Estação de São Bernardo com o novo nome, Santo André.
A medida não deu certo e só em 1º de agosto de 1934 a superintendência da ferrovia, a cargo de J. Hillam, assinaria o aviso 2.756, consagrando a denominação efetiva.
Mas a confusão persistia, em razão dos mapas, que continuavam assinalando “São Bernardo”.
Fonte: Octaviano Gaiarsa.
MUNICÍPIOS BRASILEIROS
Aniversariam em 18 de julho: Anadia (AL), Conceição do Almeida, Itamari e Santaluz (BA), Cristalina (GO), Fronteira (MG), Luiz Alves e Palmeira (SC) e Ponta Porã (MS)
HOJE
Dia Nacional do Trovador
Santo Arnulfo de Metz
18 de julho
(Metz, França, 582 – 641). Padroeiro dos cervejeiros. Durante uma peste que atingiu a região de Metz, contaminando a água e adoecendo as pessoas que a consumiam, o bispo orientou os fiéis a não mais consumirem as águas contaminadas. Ao invés disso, poderiam substitui-la por cerveja enquanto a doença perdurasse, pois no processo de fabricação da cerveja, o aferventamento e fermentação eliminavam os germes transmissores da enfermidade.
Fonte e ilustração: Os Franciscanos
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