Famílias da Vila Mercedes sobrevivem com água da caixa racionada; Sabesp diz que realiza obras emergenciais no sistema de bombeamento
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Há pelo menos oito dias, moradores da Vila Mercedes, em Mauá, sofrem com a falta de água que atinge a Rua José Zerbetti. Os usuários do serviço reclamam de problema crônico de abastecimento no bairro, que teria sido intensificado na última semana.
Durante esse período de desabastecimento, as famílias precisaram comprar água filtrada para consumir e poder cozinhar – e estão racionando a água armazenada nas caixas das residências para realizar a higiene pessoal.
Mesmo com o consumo controlado, os moradores destacaram as dificuldades enfrentadas devido à falta de abastecimento do serviço oferecido pela Sabesp (Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo). “Água é saúde, não tem como ficar tantos dias nessa situação. É um absurdo isso, falta de respeito com a população. Todo mês a cobrança chega certinho e pagamos um valor alto pelo serviço”, reclamou a professora Adriana da Silva Almeida, 49 anos, que vive com seus pais, ambos de 70 anos, Valmir Almeida e Lindinalva Menezes da Silva Almeida. “Não posso lavar nem o cabelo porque precisamos priorizar o uso da água. Ainda bem que estou de férias e não estou saindo muito de casa. Moro com dois idosos e precisamos racionar até o banho. Estamos há dias sem poder lavar roupa, é muita injustiça”, pontuou.
Com duas crianças em casa, uma de 4 e outra de 11 anos, o casal Cintia de Oliveira Soares, 41, e Leonardo David de Oliveira, 42, explicou que a situação está difícil. “Meu filho mais velho é autista e é muito complicado viver dessa maneira. Meu caçula ficou doente na semana passada e fiquei dois dias com a coberta suja de vômito sem poder lavar esperando a água voltar”, contou Cíntia.
O segurança Leonardo David de Oliveira diz que está indo trabalhar com o uniforme sem lavar. “Quando a água volta, por conta da pressão, o hidrômetro fica disparado, e com isso a conta no fim do mês vem super alta”, afirmou.
Nesta segunda-feira (8) à tarde, a Sabesp enviou um caminhão-tanque, de cerca de 8 mil litros, para abastecer um hidrante localizado no fim da rua, porém a medida não agradou. Morador há 50 anos do bairro, o aposentado Manoel Menezes Filho, 80, falou que o volume ofertado não era suficiente para fornecer água para nem metade das casas da rua.
“Além disso, a maioria das caixas d’água ficam localizadas na parte superior das residências e, sem pressão, essa água não consegue subir, então não tem como armazenar. Precisavam enviar outros caminhões, um não é suficiente para atender a toda a população”, disse Menezes.
OBRAS
O grupo de moradores suspeitou que o problema no abastecimento teria sido provocado pelas obras da Sabesp na Avenida José Ricardo Nalle, via localizada nas proximidades. A intervenção no bairro começou na semana passada, período em que o desabastecimento de água foi iniciado.
Questionada, a Sabesp informou que realiza obras emergenciais no sistema de bombeamento de água que abastece a Rua José Zerbetti, na Vila Mercedes. Segundo a companhia, a previsão de término dos serviços é nesta terça-feira, quando o restabelecimento gradual do fornecimento de água deverá acontecer.
“A região afetada está sendo abastecida por meio de caminhões-tanque, que continuarão no setor até que a situação seja normalizada”, destacou a Sabesp.
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