Para prefeituráveis em S.Caetano, decisão do TSE tem potencial para prejudicar projeto governista
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A decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), anunciada na quarta-feira, de manter a cassação do mandato do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSD), por captação ilegal de recursos de campanha em 2016, tem potencial para causar danos eleitorais e à imagem do candidato governista ao Palácio da Cerâmica, vereador Tite Campanella (PL). Essa é a avaliação de Jair Meneguelli (PT), Mario Bohm (Novo) e Professor Rafinha (Psol), também postulantes à sucessão municipal. Procurado pela reportagem, Tite não quis se pronunciar sobre o assunto e Fabio Palacio (Podemos) não foi localizado.
Por sete votos a zero, a Corte reconheceu que o atual chefe do Executivo são-caetanense foi beneficiado com verba de caixa 2. O julgamento derrubou, por unanimidade, recurso interposto pela defesa de Auricchio contra a decisão do Tribunal, que já havia condenado o pessedista. Porém, a tendência é que o prefeito, que ainda pode recorrer da decisão ao STF (Supremo Tribunal Federal), permaneça no cargo até o fim de seu mandato.
Na visão de Jair Meneguelli, “os moradores de São Caetano precisam se indignar com o caso”. Ao se referir a uma postagem feita pelo prefeito em suas redes sociais na quinta-feira, na qual comemora a vitória do Palmeiras sobre o Bragantino no Allianz Parque, o deputado estadual disse que “o prefeito parece não estar preocupado com isso (a manutenção da condenação)”.
>Questionado pelo Diário sobre se a manutenção da condenação de Auricchio pode atrapalhar o pré-candidato governista, Meneguelli pontuou: “ninguém apoia alguém que não concorde com você, que não defenda os mesmos princípios. Fica muito claro o que vai acontecer se essa pessoa que o prefeito apoia, por um acaso, ganhar as eleições: vai continuar o mesmo esquema de sempre”.
Mario Bohm “lamentou muito” que a cidade “passe novamente por isso”. “É mais uma notícia ruim para a cidade, que tem sofrido muito com a baixa qualidade da política praticada aqui. A economia local está em uma trajetória de empobrecimento, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), já há muito tempo. A fuga de empresas é incessante e as receitas caem a cada ano – em grande medida, por notícias recorrentes como essa. Nenhum investimento significativo virá enquanto não moralizarmos a cidade. Juridicamente, vamos aguardar o desenrolar dos fatos para estudar as medidas cabíveis”, comentou.
Segundo Professor Rafinha, a decisão “reflete um projeto político e corrupto que é perpetuado há anos, há décadas na cidade, reflete o financiamento de grandes empresários cujo governo vai beneficiá-las posteriormente”. Em sua visão, “é uma prefeitura que não governa para a população, mas sim para grandes empresários que financiam as campanhas desses prefeitos. É interessante notar a posição do candidato à sucessão, vereador da base do governo (Tite Campanella), que não se manifestou com relação a essa cassação”.
Procurada, a Prefeitura de São Caetano não responderam aos questionamentos da reportagem.
VIDOSKI
Diferentemente do que informou o TSE, a condenação a Auricchio não se estende a Beto Vidoski (PRD), eleito vice-prefeito na chapa de Auricchio. Vidoski disse que provou sua inocência dentro do processo. Em nota, a defesa do vereador disse que “o recurso eleitoral julgado no último dia 20 de junho não discutiu qualquer questão envolvendo a elegibilidade do vereador Beto Vidoski”.
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