Política Titulo Na Câmara de S. Caetano
Gilberto bate-boca com pastor, e Tite debocha de protestantes

Aumento de 76% em salário de prefeito fez clima esquentar

Wilson Guardia
19/06/2024 | 23:05
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FOTO: André Henriques/DGABC

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Vereadores da base de apoio ao prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSD), foram desrespeitosos com moradores que estiveram na Câmara para protestar e cobrar dos parlamentares votos contra o projeto da mesa diretora para elevar, em 76%, salários do prefeito, vice e secretários. Tite Campanella (PL), pré-candidato ao Executivo, debochou dos protestantes; o líder de governo, Gilberto Costa (Progressistas), interpelado por um pastor, iniciou um bate-boca.

Durante a votação, moradores que lotaram a galeria com faixas e cartazes e com gritos de ordem tentaram demover os legisladores da ideia de aprovar o reajuste. Vale lembrar que, no mês passado, pauta semelhante - também apreciada e aprovada - autorizava o poder Executivo aplicar apenas 4,5% de aumento nos ganhos dos servidores.

Enquanto Bruna Biondi (Psol) usava a tribuna para se posicionar contra a proposta que beneficiará os eleitos e comissionados em primeiro escalão a partir do ano que vem, Tite Campanella, que acompanhava de pé a fala da oposicionista, tornou-se alvo de vaias. O liberal, escolhido por José Auricchio Júnior para a sucessão no Palácio da Cerâmica, mostrou-se incoerente em relação aos seus posicionamentos. No ano passado, Tite votou contra aumento salarial de 45% dos vereadores. Desta vez, porém, avalizou o reajuste. Sem se importar com as vaias, Tite debochou dos protestantes, fez gesto de “tchau” (mão aberta agitada no ar), acenos e bateu continência para aqueles que cobravam posicionamento diferente.

Ao término da sessão, Gilberto Costa foi interpelado pelo pastor Pedro Umbelino, pré-candidato a vereador pelo União Brasil, que tentou uma resposta do líder do governo que justificasse o aumento de quase 80%, mas a situação descambou para um bate-boca.

O vereador disse que votou favoravelmente e que “não discutiria”, mas a liderança religiosa retrucou. “Você é pago por nós”, disse. Gilberto, visivelmente irritado, rebateu: “eu também pago meu salário”. 

A partir deste momento, o bate-boca se intensificou e Pedro provocou o vereador ao afirmar que o “líder do governo tem de dizer ‘amém’ ao prefeito”. Nervoso, o vereador - que deixava o plenário e foi seguido por Umbelino - retornou e berrou: “você não sabe o que está falando” e deu às costas. 

O pastor, também exaltado, disse que o vereador não pode ser reeleito e continuou a perseguir o parlamentar, que foi amparado pelo colega governista, vereador Cicinho Moreira (PL), também favorável ao reajuste.

Procurado pelo Diário, Gilberto Costa se pronunciou. “Não tenho muito o que falar, mas ele foi mal educado, me abordou de forma truculenta, gritando, gravando e dizendo que pagava meu salário. Se ele paga, eu também me pago, sou contribuinte. Nada vem de graça para mim”, discorreu o líder do governo. “Sou educado, você (repórter) me conhece. Se ele pedisse para bater um papo, conversar, eu atenderia numa boa. A forma que ele adotou foi desnecessária.”

Procurado, Tite preferiu não se manifestar sobre os gestos feitos ao público enquanto era vaiado e sobre a falta de coerência nas votações.




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