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Ex-integrante de grupo de intolerância depõe sobre morte de mendigos
Do Diário OnLine
Com Agências
31/08/2004 | 21:27
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Um ex-integrante de um grupo de intolerância prestou depoimento no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), nesta terça-feira, sobre o assassinato dos seis moradores de rua do centro de São Paulo.

O promotor Carlos Roberto Talarico declarou que as informações dadas pelo depoente devem ajudar nas investigações. “Esse depoimento começa a dar corpo à outra linha investigativa, a respeito da possibilidade da prática do delito por um grupo de intolerância”, disse, acrescentando que esta é uma das principais suspeitas da polícia.

Segundo o promotor, a testemunha negou que o grupo, do qual foi integrante, estivesse envolvido nos crimes contra mendigos, mas deu informações sobre a formação do grupo e modo de atuação. Estas informações poderão contribuir para a compreensão dos crimes ocorridos. “Já é um bom começo”, disse Talarico.

A testemunha foi localizada por meio de arquivo do Grupo de Repressão a Delitos de Intolerância, da Polícia Civil. No arquivo existem imagens do grupo reunido e a participação da testemunha que depôs hoje

A polícia ressaltou que essa é apenas uma das linhas de investigação. Outras hipóteses não estão descartadas. Os policiais investigam os grupos racistas desde que receberam uma carta apoiando os assassinatos.

Polícia Federal - A Polícia Federal ainda não anunciou se vai entrar nas investigações das mortes. Desde a madrugada do dia 19 de agosto, seis mendigos foram mortos e outros dez, feridos; todos eles foram agredidos enquanto dormiam na rua. Nove ainda estão internados.

A entrada da PF no caso foi pedida ao Ministério da Justiça nesta segunda-feira pelo secretário municipal de Segurança Urbana de São Paulo, Benedito Domingos Mariano, após a polícia divulgar que membros da Guarda Civil Metropolitana são suspeitos das mortes.

A Polícia Civil, que está investigando o caso, já tem uma relação dos nomes dos 119 guardas civis do município, fotos, placas das viaturas e itinerário dos guardas na noite e madrugada em que os moradores foram atacados. O objetivo é tentar descobrir que guarda estava em que lugar na noite dos ataques.

Mais de 40 depoimentos sobre o caso já foram ouvidos.

Preso - Na madrugada desta terça, a polícia prendeu um morador de rua no Centro de São Paulo com uma barra de ferro suja de sangue. O detido confessou que usou o objeto para agredir colegas de rua, mas que isso foi uma semana antes dos ataques em série. Ele será investigado.




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