VIVIA JANDO Titulo VIVIA JANDO
Turismo estético irresponsável
Rodermil Pizzo
17/06/2024 | 18:20
Compartilhar notícia

ouça este conteúdo

Há algumas semanas atrás, escrevi um texto sobre turismo e indústria da beleza. Curiosamente, um dos temas abordados tratava da responsabilidade e do peso que se tem quando divulgamos cirurgias plásticas e procedimentos estéticos, sejam invasivos ou não. Em época oportuna, falamos do procedimento de peeling de fenol, que tem surgido como uma varinha mágica na indústria ao pregar a renovação da imagem junto ao espelho.

Naquela mesma coluna, de forma responsável, menciono um dos precursores e introdutores do peeling de fenol no Brasil, o doutor Roberto Tulli e todo o seu trabalho de anos com turistas, sejam brasileiros ou não. Mencionei ainda as cifras que geram quando se é feito de forma responsável e competente, como este profissional e tantos outros o fazem. O Brasil tem recebido milhares de turistas, oriundos de diversos países, para procedimentos estéticos, renovação dentária e implante capilar, todos estéticos – porém, em sua maioria, envolvem anestesias, cirurgias de longo prazo e até mesmo risco de morte.

O turismo de beleza no Brasil cresce assustadoramente, principalmente pelos baixos custos, compensando assim, ao turista, uma visita de férias e, na sequência, um ajuste em algo que os incomoda na sua imagem corporal. Nesta semana, estamos acompanhando pela mídia o caso do paciente que foi a óbito em um procedimento de peeling de fenol. Atraído pelo baixo custo, e propagandas enganosas, o antiprofissional o realizou de forma irresponsável e amadora.

Curiosamente, ainda que não se note, este paciente era um turista na Capital paulista. Oriundo de Pirassununga, se deslocou até São Paulo para fazer o procedimento. Assim como ele, outras pessoas de outras cidades e países entendem que, pelo fato de as grandes metrópoles possuírem mais concorrências, ofertam melhores preços, sem pensar na qualidade e segurança. A verdade é: todo turismo deve ser responsável com meio ambiente, qualidade, higiene, segurança, enfim, com o bem-estar do visitante.

Todavia, quando se trata de turismo de saúde, deve não só contemplar os pontos de atenção acima, como incluir vigilância sanitária, blitz e autorizações oficiais de órgãos públicos e, acima de tudo, treinar o turista/paciente para que exija a qualificação do médico, esteticista, dentista ou qualquer outro profissional que se diga habilitado para a atividade.

Morte como a ocorrida com o turista/paciente denigre a imagem do Brasil todo, que luta para se consolidar entre os países receptores da indústria turística da estética. Lamentável duplamente.

Rodermil Pizzo é doutorando em Comunicação, mestre em Hospitalidade e colunista do Diário, da BandFMBrasil e do Diário Mineiro.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.
;