A Ferrari renasceu neste sábado em Monza. Nem em seus mais dourados sonhos o torcedor italiano poderia esperar uma primeira fila com os dois carros de Maranello, deixando o pesadelo prateado da McLaren para trás. E foi o que aconteceu no treino que definiu o grid para o GP da Itália, 14ª etapa do Mundial. Michael Schumacher fez a pole, com 1min23s770. E seu único adversário no sábado ensolarado da Lombardia nao foi Mika Hakkinen, líder do campeonato, nem David Coulthard, o segundo piloto do time inglês. A única ameaça para a posiçao do alemao veio do companheiro de equipe, Rubens Barrichello, que ficou apenas 0s027 atrás.

Desde o GP da Malásia do ano passado que a equipe nao conseguia colocar seus dois carros na primeira fila. E desde 1994 isso nao acontecia em Monza. "É a situaçao ideal quando se pensa no Mundial", disse Schumacher. "Rubens pode me dar uma grande ajuda, ou eu a ele, vamos ver. Mas o importante é que retomamos o caminho pela estrada certa, depois de duas corridas complicadas."

A McLaren amargou um terceiro lugar de Hakkinen, a 0s197 de Schumacher, e um quinto de Coulthard, 0s520 atrás. É a terceira vez no ano em que nao há um carro prateado na primeira fila - as outras foram na Inglaterra e em Mônaco, curiosamente corridas vencidas por Coulthard. "Nao fomos rápidos o suficiente", resumiu Adrian Newey, projetista da McLaren.

"Tivemos alguns problemas técnicos e isso acabou atrapalhando nossa concentraçao. Mas vamos encontrar soluçoes durante a noite e a madrugada e estou muito confiante para a corrida", acrescentou Hakkinen, líder do Mundial com seis pontos de vantagem sobre Schumacher.

A grande surpresa do dia foi Jacques Villeneuve, da BAR, que colocou seu carro em quarto lugar. É sua melhor posiçao de largada desde o GP da Itália de 1998, quando corria pela Williams, e a melhor da curta história da equipe. A Honda, fornecedora de motores da BAR, completa neste domingo 200 GPs na F-1. "O motor é excepcional", agradeceu o canadense. "Dependendo da largada, acho que dá até para pensar em pódio."

 E é a largada que mais preocupa os pilotos para a corrida. "É a mais perigosa da F-1, porque a gente vem em altíssima velocidade com pouca asa e tem de frear muito forte, com o carro pesado, para fazer a primeira curva, que é lenta e apertada", explicou Jarno Trulli, da Jordan. A nova chicane, contornada a 70 km/h, fica no final de um trecho no qual os carros atingem cerca de 350 km/h.

"É como em Mônaco", concordou Schumacher. "Mas todo mundo já está sabendo que é estreito e perigoso. Tudo que espero é que todos sejam razoáveis e disciplinados para evitar acidentes." O alemao já ficou fora de duas corridas por toques na largada neste ano, na Austria e na Alemanha.

Veja o grid de largada para o GP da Itália:
1ª fila:
Michael Schumacher (Ferrari) 1:23.770
Rubens Barrichello (Ferrari) 1:23.797
2ª fila:
Mika Hakkinen (McLaren-Mercedes) 1:23.967
Jacques Villeneuve (BAR-Honda) 1:24.238
3ª fila:
David Coulthard (McLaren-Mercedes) 1:24.290
Jarno Trulli (Jordan-Mugen Honda) 1:24.477
4ª fila:
Ralf Schumacher (Williams-BMW) 1:24.516
Heinz-Harald Frentzen (Jordan-Mugen Honda) 1:24.786
5ª fila:
Giancarlo Fisichella (Benetton-Supertec) 1:24.789
Pedro de la Rosa (Arrows-Supertec) 1:24.814
6ª fila:
Jos Verstappen (Arrows-Supertec) 1:24.820
Jenson Button (Williams-BMW) 1:24.907
7ª fila:
Alexander Wurz (Benetton-Supertec) 1:25.150
Eddie Irvine (Jaguar-Cosworth) 1:25.251
8ª fila:
Mika Salo (Sauber-Petronas) 1:25.322
Pedro Paulo Diniz (Sauber-Petronas) 1:25.324
9ª fila:
Ricardo Zonta (BAR-Honda) 1:25.337
Johnny Herbert (Jaguar-Cosworth) 1:25.388
10ª fila:
Jean Alesi (Prost-Peugeot) 1:25.558
Nick Heidfeld (Prost-Peugeot) 1:25.625
11ª fila:
Marc Gene (Minardi-Ford) 1:26.336
Gaston Mazzacane (Minardi-Ford) 1:27.360