Esportes Titulo
Nova filosofia é motivo do sucesso do Ramalhão
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
29/03/2010 | 07:05
Compartilhar notícia


O intervalo de quatro meses foi suficiente para que o Santo André fosse do inferno ao céu no cenário do futebol. No dia 6 de dezembro de 2009, a derrota para o Internacional em Porto Alegre, por 4 a 1, concretizava a queda andreense à Série B do Campeonato Paulista. Em 25 de março de 2010, no entanto, o triunfo sobre o Monte Azul, por 3 a 0, no Estádio Bruno Daniel, classificou o time às semifinais do Campeonato Paulista.

E a grande justificativa para tamanha diferença foi a mudança na filosofia do clube, que deixou de lado os medalhões que ganhavam altos salários, apostou nos garotos com ganhos mais moderados, contratou o diretor executivo Carlos Arini, manteve o técnico Sérgio Soares e agora colhe os frutos de um planejamento mais bem feito.

Para o vice-presidente da Gestão Empresarial do Santo André, Romualdo Magro Júnior, a nova maneira de fazer o futebol acontecer no Ramalhão foi essencial para que o atual sucesso virasse realidade. "Quando a queda foi determinada, tivemos o entendimento de que precisava de uma reformulação no clube. Primeiro pela parte financeira, com um time que custasse menos, já que a receita seria menor em 2010. Hoje, a folha salarial é um terço menor do que no ano passado. Depois, apostando em novos talentos, aproveitando a garotada da base, entendendo que era necessária uma renovação na equipe. E a média de idade passou de 32 para 23 anos", explicou o dirigente.

Mas não foi apenas na quantidade de primaveras que o Ramalhão mudou, como também no comportamento. "Hoje vemos uma equipe em que um joga pelo outro, o que no ano passado não havia. Antes o que percebíamos, durante a substitução por exemplo, era o jogador que saía baixando a cabeça. Hoje, cumprimenta-se quem entra e quem está de fora torce pelo outro", afirmou Romualdo.

"Percebo também que os objetivos pessoais fazem a diferença. Quando colocados em primeiro lugar, não dá certo. Em 2009, alguns queriam encerrar a carreira, outros usar o Santo André como vitrine por estar na Série A e depois seguir para outro clube. Hoje o perfil é outro. São jogadores que não têm grandes conquistas, vêem no clube a chance de se projetar através de bons resultados e vão agarrar com unhas e dentes", comentou.

POLÊMICA? - Há quem diga que tanto o rebaixamento quanto a atual boa fase do Santo André têm relação com o ex-meia Marcelinho Carioca, que no ano passado teria um grupo dentro do elenco e palpitaria até em escalação e contratação. Por outro lado, o fato de ter saído do clube seria um reforço. Romualdo Magro Júnior, porém, discorda das especulações.

"Tanto eu como o Ronan (Maria Pinto, presidente da Gestão) participamos ativamente do dia a dia da equipe e nunca percebi grupinhos. Já ouvi dizer que havia grupo do Marcelinho, do Neneca e do Fernando, mas não quero acreditar que a queda foi por panelinha. Afinidade dentro do elenco existe e que vai extra-campo, mas desde que não influencie no time. Em um grupo de pessoas vitoriosas, ficaria decepcionado se tivesse acontecido alguma coisa desse tipo e influenciado nos resultados", desabafou o dirigente.

"O Marcelinho deu grande colaboração ao clube nos dois anos e meio que ficou, tanto dentro quanto fora do campo. Os jovens o tinham como referência, os treinadores adversários se preocupavam com ele. E o Santo André se tornou mais conhecido por causa dele também", continuou. "E acho que nenhum treinador foi influenciado. Todos tiveram livre arbítrio sempre. Agora indicação de jogador houve e não há nada de errado. Cabe à diretoria e a comissão técnica em avaliar. Pesando na balança, o custo benefício foi favorável", concluiu Romualdo Magro Júnior.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;