Um dos principais partidos políticos brasileiros na atualidade, o PSDB – fundado em 1988 – ainda não conseguiu eleger nenhum prefeito em Santo André. Ainda assim, a legenda é a única a não apresentar uma nova liderança para a disputa da sucessão, em outubro.

Ao contrário. Para tentar reverter essa história, a direção tucana apostará novamente na experiência do ex-prefeito Newton Brandão, 81 anos – em 2004, o tucano foi derrotado no segundo turno pelo petista João Avamileno. Antes disso, porém, havia vencido três eleições majoritárias (uma pelo extinto Arena e duas pelo PTB).

Situação oposta ocorre com os adversários do ex-chefe do Executivo andreense. As siglas que já indicaram os respectivos candidatos neste ano concorrerão com nomes diferentes em relação ao pleito de quatro anos atrás.

Com a impossibilidade de Avamileno concorrer à reeleição, o PT escolheu o deputado estadual Vanderlei Siraque para tentar permanecer à frente da administração, a qual comanda há 11 anos. Será a primeira vez que o parlamentar concorrerá ao Executivo.

O DEM, ao contrário do que vinha ocorrendo nas últimas eleições, não fechará aliança com os tucanos. Tentará uma novidade neste ano, com nome próprio: o do advogado Raimundo Salles, o qual nunca ocupou cargo eletivo e a única experiência em uma eleição foi no ano retrasado, quando não conseguiu cadeira na Câmara Federal.

O PTB tenta retornar ao comando do Paço – no qual exerceu o comando em três oportunidades entre 1956 e 1996, com Pedro Dell’Antonia e duas vezes com o próprio Brandão. Para tanto, confia no carisma – e na votação, especialmente na periferia – do médico ginecologista Aidan Ravin, vereador mais votado no município em 2004, com 10.019 votos.

O parlamentar vem sendo assediado para ser vice do PSDB – a pedido de Brandão – e de uma ala petista. Mas, por enquanto, o petebista não abre mão de encabeçar chapa.

O Psol, partido formado por dissidentes petistas, enfrentará neste ano a sua primeira eleição municipal desde a fundação, em 2005. O escolhido é o professor e ex-vereador Ricardo Alvarez, que também é estreante em eleição majoritária.

Outro nome colocado na cidade é o do empresário Ajan Marques (PDT). Embora seja conhecido no meio político e já tenha feito parte da disputa ao Executivo – em 1996, como vice de Duílio Pisaneschi, na chapa pura do PTB –, será a primeira experiência do pedetista como candidato a prefeito.

Argumentos - No PSDB, os tucanos preferem deixar em segundo plano a questão da falta de novidade no partido, decisão motivada não pela falta de opção, uma vez que a sigla poderia ter indicado jovens políticos como o vereador Paulinho Serra ou mesmo o médico Vanderley de Paula, candidato a deputado federal pela legenda mais votado de 2006, em Santo André, à briga pela sucessão.

Os caciques do PSDB preferem exaltar a experiência de Brandão. “Buscamos o nome que teria mais chance de agregar internamente e, também, com mais condições de vencer as eleições. As outras legendas fizeram o mesmo”, defende José Luiz Cestari, presidente da legenda no município. O mandatário tucano tratou como “coincidência” a sigla ser a única a não apresentar uma novidade na cidade. “Temos de lembrar que a experiência do Brandão se completa com a juventude do partido.”

O ex-prefeito, embora reticente em tecer comentários a respeito do assunto, também destacou a vivência na política como fator positivo aos tucanos. “Não posso avaliar porque sou parte deste processo. Sou interessado direto. Mas o que vale destacar é a minha experiência. Depois de tantos anos na política, não tenho desafetos e nada que me desabone. Conheço bem os problemas da cidade e ainda posso ser muito útil para a população”, ressaltou Brandão.