Organizações humanitárias, sindicais e sociais da Argentina protestaram nesta quarta-feira, na Praça de Maio de Buenos Aires, contra o desaparecimento de Julio López, testemunha no caso contra o ex-chefe de polícia da ditadura Miguel Etchecolatz.

López, um pedreiro de 77 anos, que está sendo chamado de "o desaparecido 30.001", foi uma testemunha chave no julgamento que condenou Etchecolatz à prisão perpétua por crimes de lesa humanidade durante a ditadura militar (1976-1983).

O pedreiro sumiu há nove dias, antes da condenação de Miguel Etchecolatz, e dezenas de organizações humanitárias, sindicais e sociais afirmam que López é o primeiro desaparecido da democracia.

Cerca de 30 mil pessoas desapareceram durante a última ditadura, o que faz López ser chamado simbolicamente de o "desaparecido 30.001".

López foi seqüestrado e torturado em 1976 por Miguel Etchecolatz, então diretor de Investigações da polícia da província de Buenos Aires.

O pedreiro foi visto pela última vez na noite de domingo, 17, em sua casa na periferia da cidade de La Plata (60 km ao sul de Buenos Aires), na véspera da condenação de Etchecolatz.

Organismos humanitários afirmam que López foi seqüestrado por agentes ligados à repressão que ainda atúam na polícia de Buenos Aires.