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Investimento em moradia na zona do euro deve cair mais no curto prazo, diz BCE
22/04/2024 | 10:52
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O Banco Central Europeu (BCE) divulgou boletim nesta segunda-feira, 22, firmado por dois economistas seniores da instituição, Niccolò Battistini e Johannes Gareis, segundo o qual o investimento em moradia na zona do euro deve enfraquecer mais no curto prazo. A avaliação conclui que o fato de que o investimento em moradia na zona do euro está ainda acima do nível implicado pelo custo do usuário de moradia no fim de 2023 "indica a possibilidade de mais fraqueza no investimento em moradia".

Além disso, embora o custo do serviço da dívida pareça se estabilizar, os ganhos esperados de capital poderiam recuar ainda mais graças ao ajuste retardado a mudanças passadas, colocando pressão para cima adicional sobre o custo dos usuários em moradia.

O boletim diz que o investimento em moradia na zona do euro como um todo teve queda "significativa" desde seu pico no pós-pandemia. Houve queda de cerca de 4% entre o primeiro trimestre de 2022 e o quarto trimestre de 2023, com um recuo particularmente forte na Alemanha e na França, uma leve alta na Espanha e um avanço "significativo" na Itália, diz o levantamento.

A queda no investimento no setor de moradia na zona do euro foi precedida por uma forte alta nos custos de construção durante a pandemia e por um avanço "significativo" das taxas de longo prazo isentas de risco no início do recente ciclo de aperto monetário, desde o fim de 2021, aponta o estudo.

A alta nos juros foi acompanhada pelo aperto nas condições de crédito dos bancos, o que por sua vez, contribuiu para maiores juros em hipotecas e para a desaceleração nos fluxos de crédito. Tudo isso, somado ao subsequente declínio nos preços de moradia, levou a uma alta no custo implícito de moradia para os proprietários.

Conforme as taxas hipotecárias crescem e a queda nos preços de moradia parece desacelerar ou mesmo são revertidas em alguma medida, há a questão de como o investimento no setor pode se desenvolver adiante.

A análise elabora um cenário contrafactual e mostra que o custo do usuário de moradia ilustra os efeitos negativos do recente aperto monetário sobre o investimento em moradia. Ela conclui que o custo do usuário de moradia não é diretamente afetado pelo recente aperto monetário, nem indiretamente influenciado pelo declínio no crescimento dos preços das casas.

Ainda assim, esse levantamento aponta que o investimento em moradia na zona do euro seria cerca de 4% maior no fim de 2023 que o valor assumido pelo modelo, baseando-se na evolução do custo de moradia do usuário. "No geral, os resultados sugerem que o recente aperto monetário teve um impacto significativo no nível de investimento em moradia pela zona do euro, da perspectiva do custo do usuário de moradia", diz o boletim.

O estudo ainda explica que este custo do usuário de moradia é uma medida ampla usada pelo BCE do custo de possuir e morar em uma residência, como reflexo do consumo de serviços de moradia que está subjacente à decisão de investir em uma casa própria.




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