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Um brinde à literatura infantil

A importância de escritores e suas histórias no processo de alfabetização

Jaque Correa
Especial para o Diário
14/04/2024 | 09:47
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Divulgação


 O dia 18 de abril marca o Dia Nacional do Livro Infantil, uma data dedicada a celebrar a importância da literatura para o desenvolvimento das crianças. A escolha da data é uma homenagem a Monteiro Lobato, considerado o pai da literatura infantil brasileira, nascido em 18 de abril de 1882.

Os livros infantis são ferramentas poderosas, pois por meio das histórias, as crianças podem explorar diferentes mundos, conhecer novos personagens e aprender sobre valores importantes como amizade, respeito e tolerância. 

A professora Marialda Almeida, gestora do curso de Letras da USCS ( Universidade Municipal de São Caetano), trabalha há seis anos com a formação de professores de pedagogia, e explica o quanto a leitura é importante para as crianças: “A leitura tem papel fundamental na vida das crianças, desde bebês até a alfabetização. No processo de desenvolvimento da visão dos bebês, por exemplo, utilizar livros coloridos auxilia na percepção dos contrastes de cores. Estabelecer relações entre imagens e palavras faladas favorece o reconhecimento das coisas no mundo. E, no processo de alfabetização, a leitura tem um papel efetivo na aquisição da linguagem escrita, que proporciona, além do desenvolvimento linguístico, uma ampliação dos campos cognitivo, emocional e sociocultural da criança”. 

A gestora ainda afirma que “se a leitura tornar-se frequente na vida dessa criança, não há dúvidas que se tornará um jovem e adulto com um amplo conhecimento de mundo, o que fornecerá a essa pessoa um pensamento crítico para atuar como cidadã na sociedade de forma efetiva”, disse. 

ÍCONE BRASILEIRO

Grandes nomes da literatura brasileira se estabeleceram por meio de livros infantis. Foi o caso do mineiro Ziraldo Alves Pinto (1932-2024), que foi cartunista, desenhista e autor essencial quando o assunto é literatura infantil. Ziraldo, dono de histórias consideradas clássicos do segmento como Flicts (1969), Bichinho da maçã (1982) e, claro, um dos maiores fenômenos editoriais, O Menino Maluquinho (1980), tem mais de 200 títulos publicados. 

Seus livros, caracterizados por humor e leveza, abordam temas importantes como diferenças, amizade e superação. Considerado um dos maiores artistas brasileiros, seu legado como um dos autores que tiveram participação na alfabetização de muitas crianças, continua a inspirar e a ensinar novas gerações. 

O menino mais maluquinho e ícone da cultura do País

“Era uma vez um menino que tinha o olho maior que a barriga, fogo no rabo e vento nos pés”. Essa é a frase que abre a obra mais conhecida de Ziraldo: O Menino Maluquinho.

Lançado no mesmo dia de seu aniversário de 48 anos, em 24 de outubro de 1980, o personagem foi inspirado nas lembranças da infância de Ziraldo e ganhou o coração dos brasileiros. A história de um garoto levado, que sempre pensou fora da caixinha e aprontou travessuras. 

Suas narrativas ficaram marcadas por abordarem temas universais da infância, como amizade, família, escola e sonhos. O início da carreira ficou caracterizado nos livros, mas ganhou vida também na televisão, nas telonas de cinema, teatro, ópera infantil e até videogames. Porém, quando lançada nos gibis, a história, que se expandiu com novos personagens como Julieta, Bocão, Junim, Lúcio e Herman, conquistou mais espaço para se tornar um símbolo da literatura brasileira para as crianças e também adultos. 

Mais do que um menino de cabelo espetado, com uma panela na cabeça e um sorriso travesso, o personagem se tornou um ícone da cultura brasileira, representando a importância da arte para a formação das crianças. Vencedor do Prêmio Jabuti, O Menino Maluquinho tem mais de 4 milhões de exemplares vendidos, 129 edições e foi publicado em mais de dez países. 




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