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Dib diz que o PT nunca foi inimigo: ‘Adversário’

Ex-prefeito de São Bernardo deve ser o candidato a vice do petista Luiz Fernando Teixeira

Evaldo Novelini
04/04/2024 | 22:05
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Dib adiantou que vai procurar não falar mal de Morando (FOTO: Nilton Valentim)


Provável candidato a vice de São Bernardo na chapa encabeçada pelo deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), o ex-prefeito William Dib (PSB), 77 anos, disse ontem que pretende utilizar a campanha para esclarecer sua conturbada relação com o Partido dos Trabalhadores, ao qual fez oposição desabrida em passado recente, e garantiu que vai tentar “não dizer nada” sobre o chefe do Executivo, Orlando Morando (PSDB), antigo afilhado político e atual desafeto.

Dib foi um dos críticos mais ferrenhos das duas primeiras gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 2003 a 2011, tanto em sua época de prefeito de São Bernardo (2003-2008) quanto como deputado federal (2011-2015) – a ponto de ser classificado de “sujeitinho” pelo chefe da Nação. “Nunca falei besteira sobre o PT. Tenho a consciência tranquila”, disse, ontem, em entrevista exclusiva ao Diário.

De volta ao PSB, partido ao qual esteve filiado de 1995 a 2009, Dib alegou que não vê incoerência em dar apoio a políticos que tanto criticou no passado. “Não estou começando a fazer política. Tenho história na política, e a história é simples: tratei o PT como adversário, não como meu inimigo, e com todo o respeito. Nunca tive problema”, garantiu, lembrando que na campanha de 2022 assinou documento defendendo a candidatura de Lula na qualidade de ex-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Dib também alegou que as agremiações evoluíram na última década. “Tenho a convicção de que o PT mudou. Se tiver que fazer algum reparo... Os partidos mudaram, mas o PT também mudou. Dizer que é tudo igual, que a política está igual há dez anos, é mentira. A sociedade mudou, o eleitor também mudou”, afirmou.

Sobre Morando, de quem abonou a ficha de filiação ao PSDB em 2005, acalentou o sonho de chegar ao Paço, mas se afastou pouco tempo depois, Dib garantiu que não vai levar divergências pessoais ao palanque. “Vou tentar não dizer nada. Vou tentar. Não acho que fazer campanha é falar mal de alguém – até porque bem eu não posso falar. Vou tentar falar sobre o que a gente pode fazer para a cidade ficar melhor, para a vida do cidadão de São Bernardo ficar melhor.”

O provável candidato a vice de Luiz Fernando, todavia, tem criticado a venda do patrimônio público pelo atual prefeito e responsabilizado Morando pelo processo de desindustrialização em São Bernardo. “A pior é a questão orçamentária. A cidade devia R$ 80 milhões há poucos anos e hoje está devendo mais de R$ 4 bilhões; beira 98% da capacidade de endividamento.”

Questionado sobre a situação do pré-candidato a prefeito Marcelo Lima, que viu naufragarem seus planos de concorrer ao Paço pelo PSB com a chegada de Dib, foi enfático: “Sei que houve conversas com o ex-vice, ex-deputado – não sei como chamar o Marcelo. Até me perguntaram se teria algum problema se ele ficasse. Disse que não. Essa é questão de foro íntimo. Se ele quer ser candidato, é óbvio que ele precisa mudar de partido, mas ninguém iria expulsá-lo”.




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