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Metalúrgico pede hora extra em dobro
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
11/03/2005 | 14:31
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O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, ligado à Força Sindical, quer dobrar o valor da remuneração por horas extras na GM (General Motors), aumentando o adicional pago de 50% para 100% referentes às horas trabalhadas durante semana e de 100% para 200% para as horas extras nos domingos e feriados.

Segundo o presidente do sindicato, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, haverá uma reunião na próxima terça-feira com representantes da empresa para discutir o assunto. Na pauta, além das horas extras, será iniciada a negociação da PLR (Participação dos Lucros e Resultados) de 2005 – que no ano passado foi de R$ 2.348 por funcionário. O sindicalista afirma que já foram realizadas pelo menos quatro assembléias com funcionários da montadora sobre os dois temas. A GM não se pronunciou sobre o assunto.

“Nosso objetivo é conseguir uma definição ainda no primeiro semestre sobre as horas extras. Estamos aproveitando essa reivindicação para começar a discussão da PLR, que acontece normalmente nesse período”, afirma Cidão.

O presidente do sindicato quer “avançar mais” no adicional de horas extras negociado na última convenção coletiva para trabalhadores de montadoras, atualmente em vigor. O acordo prevê que cada hora extra que exceder o limite mensal de 29 horas terá um adicional de 75% nos dias de semana e 130% nos domingos e feriados.

“Já tivemos avanços na última convenção coletiva, sem dúvida, mas queremos ir além na GM, sem passar por uma negociação com outras empresas. Essa será a primeira reunião, que dará início às discussões, mas queremos um resultado logo”, afirma Cidão.

Depois da reunião com a GM, na terça-feira, acontecerá uma reunião da diretoria do sindicato para discutir os resultados obtidos. “Vamos ter uma idéia de como será nosso comportamento ao longo das negociações. Se houver uma resistência grande, teremos de organizar mais assembléias para mobilizar os trabalhadores”, diz o sindicalista.

Readmissão – O presidente do sindicato também pedirá a readmissão dos metalúrgicos Daniel dos Santos, militante da CUT e integrante da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), e Fernando Mira Peres, diretor do sindicato de São Caetano, da Força. Os dois se agrediram fisicamente no dia 10 de fevereiro e foram demitidos por justa causa no dia 14. A briga teria motivações políticas – a disputa das duas centrais –, segundo os dois trabalhadores.

“Não aceitamos as demissões da maneira como ocorreram. A situação em que os dois foram demitidos não ficou clara e queremos que eles voltem ao trabalho, porque afinal isso não passa de um problema político”, argumenta Cidão.

Marcelo Toledo, secretário nacional da CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos, da CUT e funcionário da GM, acredita que demissão foi “conveniente” para a empresa, e também pede a readmissão dos dois funcionários. “Isso foi claramente um ato político por parte da GM, e essa não é a primeira vez que a empresa toma uma atitude unilateral. Foi conveniente demitir dois funcionários politizados, um diretor de sindicato e outro integrante da Cipa”, afirma.



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