Em uma carta aberta aos eleitores publicada nos jornais de maior circulaçao, o presidente interino da Rússia disse que a causa da crise econômica e da corrupçao era a 'pouca vontade`` do governo. 'Chegou o momento de enfrentar abertamente estes problemas``, diz a carta. 'Esquivar-se deles é muito mais perigoso do que enfrentar o desafio. O povo já nao confia em promessas e o governo fica exposto``.

A guerra da Chechênia é o exemplo de que está decidido a combater o crime, assinala Putin na carta, publicada no primeiro dia no qual se permitiu fazer campanha através dos jornais. 'Toda uma república, uma regiao russa, a Chechênia, foi tomada pelo mundo do crime e convertida em uma fortaleza``, escreveu. 'Demos um golpe terrível no submundo``.

Putin rebateu as acusaçoes de seus críticos de que seu passado como agente da KGB e o fato de levar adiante a guerra da Chechênia indicam que poderá vir a ser um déspota. 'Os que nos assustam e dizem que aproveitaremos a oportunidade para impor uma ditadura estao perseguidos por suas próprias sombras``, devolveu Putin. 'Um grande país tem sua própria liberdade e respeita a alheia``.

Putin afirmou que a Rússia precisa de um estado forte para garantir as liberdades e prometeu impor o estado de direito, uma antiga promessa nunca cumprida pelo governo. 'É impossível construir um mercado livre civilizado em uma naçao infestada pela corrupçao``, escreveu Putin. 'É impossível ajudar os pobres se as pessoas nao pagam os impostos``.

Putin prometeu dar sólidas garantias legais ao direito de propriedade e proteger os negócios da açao de estelionatários e outros criminosos. A regulamentaçao estatal da economia nao buscará 'estrangular o mercado livre e inflar a burocracia, mas, ao contrário, ajudá-lo a se pôr de pé``, acrescentou. Putin também prometeu baixar os impostos para combater a evasao.

Sobre a Chechênia, disse que o governo tem o 'dever sagrado`` de reconstruir o país devastado pela guerra.