Internacional Titulo
Justiça da Geórgia determina mudanças na Promotoria que acusa Trump e julgamento deve atrasar
15/03/2024 | 13:14
Compartilhar notícia


A Justiça da Geórgia determinou mudanças nesta sexta-feira, 15, na Promotoria que acusa o ex-presidente Donald Trump e seus apoiadores de interferir nas eleições presidenciais de 2020. O juiz que supervisiona o processo, Scott McAfee, decidiu que a promotora Fani Willis não pode continuar no caso se o promotor principal Nathan Wade, com o qual ela teve um relacionamento amoroso, não se retirar do cargo. A decisão, da qual cabe recurso, deve atrasar o julgamento, tornando improvável uma data antes da eleição presidencial deste ano.

De acordo com a decisão, o relacionamento dos dois promotores equivale a um conflito de interesses, conforme os advogados de defesa alegaram. Fani Willis é promotora distrital do caso, e a sua remoção era pedida pela defesa. A decisão é um revés para Trump, ao permitir que a promotora, que acompanha o caso há mais de três anos, prossiga com o trabalho.

Willis e Wade testemunharam em uma audiência no mês passado que haviam se envolvido em um relacionamento amoroso, mas rejeitaram a ideia de que Willis se beneficiou indevidamente disso, como alegaram os advogados de Trump.

Segundo o juiz, não havia provas suficientes de que Willis tivesse uma participação pessoal na acusação, mas disse que a descoberta "não é de forma alguma uma indicação de que a Corte tolera esse tremendo lapso no julgamento ou a maneira pouco profissional do depoimento do promotor distrital durante a audiência de instrução".

O juiz disse acreditar que "a lei da Geórgia não permite a constatação de um conflito real por simplesmente fazer escolhas erradas, mesmo repetidamente, e é dever do tribunal de julgamento limitar-se às questões relevantes e à lei aplicável devidamente trazida a ele".

Os advogados de Trump podem recorrer a decisão do juiz, assim como a promotora, e atrasar ainda mais o processo. O Senado do Estado, liderado pelos republicanos, também revisa as acusações de conflito de interesse. Os senadores autorizaram uma nova comissão de supervisão para investigar e potencialmente remover promotores.

Um dos principais argumentos da defesa de Trump foi que Willis tem interesse financeiro em estender o caso, já que o promotor estava sendo pago.

Willis insistiu que o relacionamento começou em 2022 e durou menos de um ano, sem criar nenhum conflito de interesse financeiro ou pessoal que justifique a saída dela do caso. Tanto ela quanto Wade alegaram na Justiça que as despesas de saídas e viagens foram pagas com dinheiro próprio.

McAfee rejeitou a tese da defesa e aceitou a apresentada pela promotora. "A promotora não agiu de forma alguma em conformidade com a teoria de que ela arranjou um esquema financeiro para enriquecer", escreveu o juiz. (Com agências internacionais).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;