Prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB) disse ontem que seu desejo é o de anunciar o nome governista à sucessão apenas nas convenções partidárias, que ocorrem de 20 de julho e 5 de agosto. Em entrevista ao Diário, o tucano mandou recado aos aliados que querem apressar o processo e chamou de traidores os dissidentes do grupo.

Segundo Paulo Serra, a escolha do nome é demorada porque é preciso avaliar vários critérios. “Nem sempre é interpretado da forma correta. Às vezes a gente é traído”, declarou o prefeito. “Descobrir quem deu a facada às vezes é mais dolorido do que a facada em si. Mas isso faz parte do processo político”, completou.

Ao ser questionado sobre se o recado era para o vice Luiz Zacarias (PL), que na segunda-feira anunciou sua pré-candidatura à sucessão, rompendo o acordo tácito entre os político cujos nomes são cotados para ser o candidato do governo em outubro, negou.

“Não. Já tivemos vários casos na gestão de acordos de nossa parte que foram cumpridos e a gente não teve a reciprocidade. Não é o primeiro e talvez não seja o último”, disse o prefeito, que está no poder há sete anos e não pode ser candidato à reeleição. O deputado federal Fernando Marangoni (União Brasil) é outro que se desgarrou do grupo de Paulo Serra.

O tucano segue evitando responder sobre quem pretende indicar à sucessão, embora nos bastidores três nomes se mantenham na disputa: Gilvan Junior, secretário de Saúde; Leandro Petrin, advogado e ex-secretário de Gestão Financeira; e Almir Cicote (Avante), vereador licenciado e secretário de Educação.

Questionado ontem sobre quem seria o indicado, Paulo Serra tergiversou: “Com certeza, (será) um quadro que tenha condições de manter a nossa equipe unida e que tenha capacidade técnica e política para manter um ritmo de trabalho que conseguimos implementar na nossa gestão. A cidade teve um processo de transformação que é nítido nos últimos sete anos. O que ouvimos é que as pessoas querem a manutenção dessa transformação. E a gente está escolhendo com muito critério, muita transparência”, afirmou o prefeito.

Sem citar nomes, o chefe do Executivo rebateu a informação de Zacarias, que, ao lançar sua pré-candidatura, disse que havia combinado, oito anos atrás, que abriria mão de ser candidato a prefeito em 2016 em favor de Paulo Serra desde que fosse o sucessor natural em 2024.

“Nós temos um caminho muito reto de cumprimento de acordos políticos, que perduram por oito anos e vão perdurar por mais quatro, se Deus quiser. A gente está escolhendo alguém que tenha todas essas capacidades, como aceitação no meio político, que é importante. E aí, quando chegar a hora, mais próximo do meio do ano, a gente anuncia.”