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Construção civil gera saldo de 826 vagas
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
16/10/2010 | 07:23
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A construção civil no Grande ABC gerou saldo de 826 vagas em agosto, metade do volume de julho. Apesar disso, de janeiro a agosto deste ano o número de contratações segue crescendo, chegando a 6.979 - montante 18,54% superior ao acumulado do mesmo período no ano passado.

De acordo com pesquisa mensal sobre o emprego na construção civil elaborado pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), o município que mais contratou em agosto foi Ribeirão Pires, com saldo de 395 postos de trabalho. Mauá, por outro lado, fechou o mês com déficit de 262 vagas.

"É difícil mensurar exatamente qual obra começou e qual terminou para justificar os números, mas o fato é que sempre muita mão de obra está envolvida nas edificações. Portanto, quando uma delas começa, o saldo fica positivo e, quando termina, negativo", justifica o diretor regional do SindusCon-SP, Paulo Piagentini. "Em Mauá, por exemplo, provavelmente as demissões se devem pelo fim das obras do Trecho Sul do Rodoanel."

Santo André encerrou agosto com 245 postos de trabalho, movida, além da construção de edifícios residenciais, pelo rebaixamento da Avenida Lions. São Caetano, estimulada principalmente pelas obras do Espaço Cerâmica, teve saldo de 245 vagas.

O dado que mais chama atenção e demonstra a recuperação do segmento em relação ao período da crise econômica é o estoque de funcionários. No Grande ABC, existem 44,6 mil pessoas trabalhando no setor; na mesma época no ano passado, eram 35 mil.
Do total, cerca de 80% trabalham em incorporações residenciais e os demais 20% em obras públicas.

"A construção civil ainda tem muito o que crescer na região. Há alguns anos, a maior parte das incorporações era voltada à classe alta. Hoje, com a nova política econômica, as construtoras têm se atentado para empreendimentos direcionados à classe baixa e, no Grande ABC, 50% da população enquadra-se nessa faixa", avalia a empresária do setor Rosana Carnevalli.

Para Rosana, o município que mais tem a ganhar com isso é Mauá, onde existe "grande déficit habitacional, pois a maioria das pessoas vive de aluguel". "Com o programa (do governo federal) Minha Casa, Minha Vida e os imóveis de até R$ 130 mil - que têm área menor, de 50 metros quadrados, e média de dois dormitórios -, certamente haverá crescimento progressivo no emprego no setor nos próximos anos", afirma.

Piagentini, do SindusCon, partilha da opinião de Rosana, apontando que o momento de retomada econômica é bastante favorável aos lançamentos de obras residenciais - muitas das quais permaneceram congeladas durante a crise. Além disso, com o aumento do poder de compra, mais pessoas passam a vislumbrar a possibilidade da casa própria o que, consequentemente, mantém esse mercado aquecido. E contratando.

Entidade revisa projeção de crescimento
O bom desempenho da economia brasileira durante este ano levou o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) a revisar a projeção de crescimento do setor de 9% para o patamar de 10% a 12%.

EMPREGO
Um dos fatores que levaram à revisão da estimativa é o nível de emprego do setor, que alcançou o patamar recorde de 2,82 milhões de postos de trabalho em agosto, segundo pesquisa mensal realizada pelo SindusCon-SP em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas).

Em agosto, o setor empregou 48.576 trabalhadores a mais que em julho, o que representa alta de 1,75% no nível de contratações realizadas pelas empresas que atuam neste segmento.

No ano, o aumento foi de 14,76%, com a inclusão de 362,7 mil profissionais no mercado de trabalho. Nos 12 meses encerrados em agosto, o crescimento foi de 16,51%, com a contratação de 399,5 mil empregados formais.

No Estado de São Paulo, houve saldo positivo de 6.800 contratações em agosto, 0,92% a mais que em julho.

RECORDE
A pesquisa revela ainda que o estoque de trabalhadores chegou ao recorde de 749 mil empregados no Estado. No acumulado de janeiro a agosto, o setor contratou cerca de 66 mil trabalhadores no Estado e, em 12 meses, 74,6 mil. Na Capital paulista, foram contratados 2.575 trabalhadores em agosto, com aumento de 0,75%.




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