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Osama Bin Laden é considerado herói em mesquitas no Paquistão
Das Agências
14/09/2001 | 12:46
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"Os Estados Unidos enfrentarão um novo castigo divino", publica nesta sexta-feira um jornal de língua urdu, com uma foto de Osama Bin Laden ocupando uma página inteira. A publicação é vendida rapidamente na entrada de uma mesquita após as orações feitas na sexta.

O jornal ainda era muito vendido em frente às escolas maometanas. "Não havia notícias extraordinárias, mas comprei por causa da foto de Ossama", explica Mahmood Siddiqui, um empresário de 40 anos.

Um homem conta ter vendido 20 exemplares em 20 minutos, na entrada da mesquita de Binori, após as orações. "Deveria ter trazido mais", lamentou.

Os imames chamaram os fiéis para rezar pela unidade dos muçulmanos. O responsável pela oração, Amjad Thanvi, condenou os atentados nos Estados Unidos, mas acusou os americanos de realizar um "terrorismo mundial (...) Nenhum muçulmano pode suportar o que aconteceu terça-feira. Mas por que o mundo permaneceu em silêncio após o assassinato de milhares de palestinos e habitantes da Caxemira?", questionou.

"Sou Osama", "sou talibã", afirmam os adolescentes. Alunos de uma escola maometana, não sabem o que aconteceu nos Estados Unidos. "Não tenho como comentar o que aconteceu lá, mas, para mim, os talibãs são muçulmanos de verdade e Osama é um herói do Islã", diz Sher Gul, 12. "Somos todos Osama, somos todos talibã", afirma Ilyas Siddiqui, 16. Gul e Siddiqui não são os únicos alunos de seminários islâmicos que idolatram Bin Laden.

Os talibãs são produtos dessas escolas religiosas, do Afeganistão ou do Paquistão, declarou o ex-chefe do Serviço Secreto paquistanês, Hammed Gul. "Essas escolas são instituições religiosas, e não centros de formação de combate, ao contrário do que pensam os ocidentais", explicou Gul.

O ex-chefe do Serviço Secreto teve um papel fundamental na guerra dos afegãos contra a ocupação soviética e rechaça a propaganda ocidental contra os talibãs e Bin Laden. "Conheço ele. Foi o herói dos americanos quando escavava túneis para eles durante a guerra do Afeganistão. Tornou-se terrorista no dia em que pediu democracia na Arábia Saudita", acrescentou.




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