A UE (União Européia) e os Estados Unidos fizeram nesta quinta-feira um apelo à Coréia do Norte para que retome as negociações sobre seu programa nuclear. "Esperamos que voltem a negociar para que este assunto seja logo resolvido", ressaltou a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, ao final de um encontro com líderes da UE, em Luxemburgo.

Rice afirmou que a decisão da Coréia do Norte de não dar continuidade às conversações é "infeliz". Segundo ela, a tal declaração só contribui para aprofundar o isolamento do país em relação à comunidade internacional. Contudo, Rice deixou claro que os Estados Unidos não têm intenção de atacar ou invadir a Coréia do Norte. "O mundo oferece uma saída e eles deveriam aproveitá-la", sugeriu.

Condoleezza Rice disse esperar que "os norte-coreanos, quando perceberem a perspectiva de um maior isolamento, não apenas dos Estados Unidos, mas também dos outros participantes, reconsiderem sua decisão". A secretária de Estado explicou também que a mensagem dirigida à Coréia do Norte é a mesma que para o Irã. "A comunidade internacional acredita que a criação de programas nucleares não pode ser aceita", disse Rice pedindo que estes países abandonem suas aspirações.

"A Líbia entendeu esta lição e está melhorando suas relações com o resto do mundo", lembrou. Rice também destacou que todos os membros responsáveis da comunidade internacional e especialmente os vizinhos da Coréia do Norte, apoiam estas negociações como meio de resolver o assunto nuclear. "Os norte-coreanos vêm tendo uma oportunidade de encontrar um caminho diferente, uma relação mais razoável com o restante do mundo e uma alternativa ao isolamento", frisou.

Por sua vez, o alto representante de Política Exterior e Segurança da União Européia, Javier Solana, lamentou a decisão norte-coreana e afirmou que, apesar de a UE não participar das negociações, apoia totalmente as discussões, por serem o melhor instrumento para abordar a questão nuclear na península da Coréia. "O diálogo é o único caminho para avançar e pedimos à Coréia do Norte que analise novamente sua decisão e volte à mesa de conversações", afirmou.

A Coréia do Norte voltou a afirmar nesta quinta-feira que possui a bomba atômica para se proteger dos Estados Unidos, acusados pelos coreanos de quererem derrubar seu governo, e se negou a retomar as negociações sobre seu programa nuclear com Coréia do Sul, Estados Unidos, China, Japão e Rússia. Estes países tentam convencer a Coréia do Norte a abandonar seu programa de armas nucleares desde outubro de 2002.

Um ano depois, em outubro de 2003, Pyongyang anunciou pela primeira vez que realmente possuía "uma força nuclear dissuasiva". No mês seguinte, a Córeia do Norte se negou a participar de uma quarta série de negociações.