Se o embargo for levantado, serão suspensas as compras de boi vivo e carne com osso, já que o vírus da aftosa é transmitida pelo osso do animal. O Ministério garante que tudo será feito de acordo com as normas estipuladas pela Organização Internacional de Epizootias (OIE). Assessores garantem que mesmo com o bloqueio o Brasil poderá importar carne maturada, desde que vinda de fora das áreas de risco. "A nossa decisão será baseada no estudo técnico", completou Pratini.

As suspeitas do surgimento de focos da febre aftosa na Argentina nasceram de matérias publicadas por jornais daquele país. A primeira medida restritiva brasileira partiu do governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT-RS), que determinou a instalação de barreiras nas fronteiras e estradas com ligação à Argentina para evitar a entrada no país de gado contaminado.

Alegando que o Brasil não poderia determinar embargo ao gado argentino apenas por causa de notícias em jornais, Pratini de Moraes determinou o envio da missão de técnicos. "Eu tomei conhecimento essa semana da preocupação pelo pecuaristas do Sul, mas não tomaremos nenhuma decisão baseada em noticiário, especulações ou por preocupação, ainda que legítima, de pecuaristas", explicou.

O Ministério ressalta que, "ao contrário do que foi feito pelo Canadá", o Brasil não tomará atitudes precipitadas. Caso seja confirmada a presença da febre aftosa na Argentina, o secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Luís Carlos de Oliveira, entrará em contato com técnicos argentinos para discutir o assunto.

"Caso seja constatado que os produtores daquele país estão vacinando o gado, ficará evidente que existe foco da doença e medidas legais serão tomadas para o fechamento da fronteira brasileira", informou o Ministério à Agência Brasil.

Dados do Ministério da Agricultura apontam que o Brasil comprou US$ 32,5 milhões em produtos de carne bovina argentina no ano passado, enquanto o país vendeu US$ 360 mil aos vizinhos.