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Operação da PF prende quadrilha de falsos delegados em SP
Da Agência Brasil
07/12/2007 | 20:52
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A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira 23 pessoas suspeitas de terem se passado por delegados, procuradores da República e auditores da Receita Federal para aplicar golpes em empresas de vários setores. De acordo com a Polícia, os suspeitos fazem parte de uma quadrilha que, durante os últimos quatro meses, teria obtido cerca de R$ 700 mil com as fraudes.

As prisões foram efetuadas em uma operação batizada Repique, que mobilizou mais de 300 policiais federais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Sergipe.

Segundo o delegado da Polícia Federal, Adauto Ismael Rodrigues Machado, da Delegacia para Repressão de Crimes Fazendários, membros do grupo ligavam para diretores de empresas se passando por servidores de órgãos federais para, em um primeiro momento, tentar vender anúncios em revistas fictícias de sindicatos de policiais, procuradores ou auditores.

Machado explicou que, caso a investida não surtisse efeito, os criminosos ofereciam favorecimentos para retirada de passaportes ou em operações alfandegárias em troca de dinheiro. O delegado explica que, quando nenhum dos outros argumentos funcionava, os golpistas partiam para a extorsão e ameaçavam autuar ou multar as empresas por possíveis infrações que teriam cometido. “Eles diziam que tinham uma lista de empresas amigas e não-amigas. As não-amigas estariam sujeitas às sanções que eles mesmos aplicariam”, afirmou.

O delegado disse que a quadrilha era articulada e tinha membros com todos os níveis de escolaridade, inclusive um advogado. Segundo o delegado, as investigações não apontaram o envolvimento de nenhum servidor nos golpes.

Machado afirmou que pelo menos 50 empresas teriam sido vítimas das fraudes que podem estar sendo praticadas há muito tempo. “Durante as investigações, soubemos que alguns dos envolvidos estariam atuando há mais de 20 anos neste mercado. Para eles, era como um trabalho normal.”

Os 23 suspeitos detidos foram presos, temporariamente, por cinco dias. A Justiça pode determinar a prorrogação da detenção por mais cinco dias e, caso ache necessário, decretar prisões preventivas para que os suspeitos permaneçam presos até julgamento.

Segundo Machado, os presos devem responder pelos crimes de estelionato, formação de quadrilha, extorsão, falsificação de documentos, falsidade ideológica, e por uso indevido de brasões e distintivos oficiais. Eles podem ser condenados a 20 anos de prisão.

Segundo a Polícia, outros quatro mandados de prisão ainda não foram cumpridos. Os suspeitos estão sendo procurados. Empresas que foram vítimas de golpes também serão investigadas para que seja apurado se elas estavam envolvidas em irregularidades e, por isso, teriam aceitado a suposta chantagem dos criminosos.



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