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ONU pede maior envio ajuda aos refugiados chechenos
Do Diário do Grande ABC
19/11/1999 | 15:13
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A diretora do Alto Comissariado das Naçoes Unidas para Refugiados (ACNUR), Sadako Ogata, pediu nesta sexta-feira que seja intensificado o envio de ajuda a mais de 200 mil refugiados chechenos, contando ter visto muitas pessoas ``aterrorizadas, traumatizadas e feridas'.

Suas declaraçoes coincidem com a divulgaçao de relatório da Human Rights Watch dizendo que as forças russas costumam disparar contra a estrada mais usada pelos refugiados que deixam a Chechênia.

Um dia depois de ter visitado acampamentos instalados ao longo da fronteira chechena, Ogata disse que sua agência quer enviar sem demora equipes internacionais de assistência e mais ajuda para a regiao do Cáucaso.

A aproximaçao do inverno torna mais urgente o envio de mais ajuda, mas a Acnur espera que o governo russo ofereça garantias de segurança antes de aumentar sua presença na regiao, explicou Ogata em entrevista.

Embora os russos se esforcem para atender aos refugiados, ``a atual ajuda oferecida a cerca de 200 mil poderia ser melhorada', disse Ogata, referindo-se a ``problemas administrativos', como falta de pessoa para descarregar a distribuir o abastecimento.

Ogata visitou nesta quinta vários acampamentos de refugiados chechenos enquanto era ouvido o barulho da artilharia russa atacando a vizinha Chechênia. A Acnur está mandando 100 toneladas de ajuda semanal nas últimas três semanas, esperando duplicar esse volume assim que a Rússia garantir a segurança, disse Ogata.

Apesar das crescentes críticas do Ocidente, a Rússia mantém sua campanha bélica na Chechênia, inclusive as 60 missoes aéreas de ontem, embora nesta sexta o mal tempo e a falta de visibilidade tenham impedido a partida dos caças, disseram fontes militares.

A organizaçao Human Rights Watch, com sede em Nova Iorque, divulgou nesta sexta detalhado relatório sobre os perigos enfrentados pelos mais de 200 mil refugiados chechenos.

As forças russas abrem fogo freqüentemente contra a estrada Leste-Oeste na Chechênia, principal rota de fuga da grande maioria dos civis que se instalaram na Ingushétia, disse o relatório.

``Milhares de pessoas a cada dia fogem (por essa estrada). Qualquer ataque a esse caminho, que segundo depoimento de testemunhas é freqüente, pode atingir veículos civis', disse o informe dessa organizaçao de direitos humanos.




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