Porta de entrada da Costa do Dendê, Valença - a duas horas de distância de Salvador, para quem optar pelo transporte rodoviário - tem um potencial turístico enorme a ser explorado. Considerado pelos próprios nativos como cidade-monumento, o município é classificado como uma espécie de casa das manifestações culturais afro-brasileiras.

 Na praça central, grupos folclóricos se apresentam a qualquer hora do dia. Os famosos maculelê, samba-de-roda e capoeira, com movimentos tipicamente baianos, encantam o olhar do visitante e o fazem parar para conhecer um pouco da história do local onde se instalou a primeira indústria de tecidos do Brasil e que ainda hoje preserva ruas de paralelepípedos e casarões portugueses.

 Próximo a Valença, em Ituberá, fica a Cachoeira Pancada Grande. Dentro de uma área de proteção de manancial, o ambiente é cuidadosamente preservado para não causar danos a um dos principais tesouros naturais da região. A visitação à cachoeira mais alta da Costa do Dendê é aberta ao público, sempre com guia, das 8h às 16h, e é gratuita.

 PARAÍSOS ISOLADOS - Para quem quer aproveitar o litoral sem se distanciar de Valença, as escondidas praias de Guaibim e Ponta do Curral são boas dicas. Ideais para trilhas, as opções turísticas quase sempre são voltadas ao ecoturismo e tornaram-se atrativas para biólogos e grupos de jovens interessados em explorar a área.

 O perfil do público, no entanto, é mais familiar. As poucas pousadas frente ao mar - com diárias que variam de R$ 80 a R$ 140 - dão um tom interiorano sem perder o requinte. Na mesma varanda onde o visitante observa pescadores puxando a rede de peixes, ele também pode optar por uma massagem vislumbrando as ondas do mar.

 Mas a calmaria é só para quem quer paz. Aos aventureiros que buscam contato direto com a natureza são oferecidos vários pacotes que incluem visitas em mangues, trilhas e cachoeiras. Um roteiro intenso, cansativo, mas inestimável.