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Montadoras puxam MPEs do ABC
Anderson Amaral
Do Diário do Grande ABC
21/07/2006 | 08:33
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Favorecidas pelo bom desempenho da indústria automotiva em maio, as MPEs (Micro e Pequenas Empresas) do Grande ABC registraram aumento de 1,1% no nível de emprego em comparação ao mesmo mês do ano passado. Contra o mês de abril, a expansão foi de 0,8%, de acordo com o Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo).

A alta, a segunda do ano, foi insuficiente para reverter o fraco desempenho do 1º trimestre. Dessa forma, o emprego nas MPEs da região acumula baixa de 2,0% nos cinco primeiros meses de 2006 ante igual período do ano passado.

A evolução do nível de emprego nas MPEs do Grande ABC contraria o resultado no Estado de São Paulo – recuo de 1,5% em maio em relação a igual mês de 2006, embora tenha subido 0,2% na relação com abril. Segundo a entidade, o movimento descendente foi motivado pela queda do faturamento do segmento neste ano. Ao todo, foram fechadas 90 mil vagas no Estado contra maio do ano passado.

Para o coordenador de pesquisas econômicas do Sebrae-SP, Marco Aurélio Bedê, o resultado favorável das MPEs do Grande ABC reflete o aquecimento das grandes indústrias, particularmente as montadoras. De fato, a produção de veículos alcançou 245,2 mil unidades naquele mês, o melhor maio da história da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

“As montadoras têm grande impacto nas atividades das MPEs da região, em especial as fornecedoras de autopeças, as de metal-mecânica e as prestadoras de serviços às demais companhias, como escritórios de contabilidade e empresas de vigilância e limpeza”, explica.

Bedê adverte, no entanto, que a tendência é de recuo no nível emprego nas MPEs do Grande ABC, assim como no restante do Estado, o que provavelmente será captado na próxima edição da pesquisa. “O crescimento das importações, devido ao real valorizado, prejudica as micro e pequenas empresas de alguns setores, como as relacionadas à produção de artigos têxteis”, ressalta.

Para Bedê, as MPEs da região também serão atingidas, dada a dependência da cadeia automotiva – que, em junho, sentiu os efeitos do câmbio desfavorável ao registrar queda de 3,7% nas exportações de veículos em relação a maio.

O coordenador de pesquisas do Sebrae-SP acredita que, a partir do 2º semestre, a tendência é de “modesta recuperação” do nível de emprego, devido às vendas de Natal. No final do ano, o índice deve empatar com o de 2005. “O fiel da balança será a política cambial. Com o dólar no patamar em que está, o desempenho das MPEs fica dependente apenas do mercado interno”, avalia.

Setores – No corte por setores, a pesquisa do Sebrae-SP revelou que, no Estado, só o comércio teve emprego positivo (0,2% ante maio do ano passado), enquanto a indústria recuou 1,2% e serviços caiu 4,2% na mesma comparação.

Para Bedê, o desempenho positivo das MPEs do comércio está associado ao Dia das Mães e à expansão dos rendimentos do trabalhador e do crédito. “A inflação está sob controle, e houve melhora nos salários pagos na economia”, diz. “Mas, na média do Estado, a indústria e o setor de serviços não conseguiram se beneficiar disso”, avalia.



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