O PV vai entrar na luta para que a federação partidária que mantém com PT e PCdoB considere um de seus correligionários nas discussões para definir quem será o candidato do grupo à Prefeitura de Santo André. O Partido Verde pretende endurecer para evitar que a petista Bete Siraque seja escolhida como cabeça de chapa sem passar por debate interno.

“Alguns dirigentes petistas têm atuado para desqualificar os demais partidos da federação, achando que são ‘puxadinhos’ do PT. Não vamos permitir esse tratamento”, reagiu o presidente municipal do PV em Santo André, Mário Matiello, ao Diário. Ele citou nominalmente Antonio Padre, que comanda o Partido dos Trabalhadores na cidade.

Matiello afirmou que, sem dialogar com as demais siglas federadas, o PT trabalha para fazer da ex-vereadora Bete Siraque a candidata a prefeita. “Não vamos permitir, porque o PV teve desempenho bastante significativo nas eleições passadas e precisa ser ouvido no processo”, justificou.

No pleito de 2020, o PT lançou Bete como candidata a prefeita. Ela obteve 25.493 votos, ou 7,36% do total de válidos, e perdeu no primeiro turno para Paulo Serra (PSDB), reeleito com 266.591 (76,93%). Já o PV, que não teve candidato na disputa majoritária, recebeu 16.792 sufrágios, 5 % do total, e fez uma cadeira na Câmara: Edilson Santos, que angariou 2.130 adesões.

Em setembro de 2023, o PV, em convenção partidária, referendou Matiello como um dos pré-candidatos a prefeito na eleição de outubro deste ano – o outro nome deliberado foi o de Edgar Brandão. “Se não conseguirmos abrir o diálogo em Santo André, vamos partir para a estadual”, comentou o dirigente andreense.

Matiello é atualmente diretor de Cultura na administração do prefeito Paulo Serra (PSDB). Diferentemente da visão petista, o verde considera que o tucano faz um bom governo, especialmente no que diz respeito às pautas ambientais, das quais destaca o plano de arborização urbana.

“Não vamos romper com o prefeito Paulo Serra. Não vamos ficar atacando a administração. Existem coisas a serem melhoradas? Sim, existem. Mas precisamos dizer que o que está bom, está bom”, avaliou Mario Matiello.