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Família denuncia retirada de órgao de parturiente
Do Diário do Grande ABC
21/01/1999 | 18:27
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A 36ª DP, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio, investiga a denúncia de um familiar de que órgaos da estudante Débora Oliveira, de 18 anos, que morreu em condiçoes suspeitas na Maternidade Pedro II, nao foram enviados para necrópsia no Instituto Médico Legal. A família acusa o hospital de negligência médica e estranhou o fato de a direçao do hospital ter chamado a Polícia Militar antes de informar que Débora estava morta.

As sucessivas denúncias contra o hospital levaram o secretário estadual de Saúde, Gilson Cantarino, a afirmar que a terceirizaçao da unidade pode ser revista. "Instaurei uma comissao para investigar a real situaçao do Pedro II", disse. Em julho de 98 o hospital passou a ser administrado pelo Grupo Médico Pelegrini. Desde entao, três bebês e quatro parturientes tiveram morte suspeita, que estao sob investigaçao da Secretaria Estadual de Saúde. Hoje familiares das vítimas fizeram manifestaçao pacífica, com faixas e cartazes, em frente ao hospital.

Um parente de Débora, que nao quis se identificar, contou que a estudante teve o bebê em parto normal na noite de quinta-feira da semana passada. Mesmo com febre, ela teria tido alta no sábado, mas voltou ao hospital à noite para ser medicada. Débora foi internada em estado grave no domingo, com septicemia (infecçao generalizada). "Retiraram o útero e ovário para tentar salvá-la, mas já era tarde", contou.

"Houve negligência médica mas nao poderemos provar se os órgaos nao tiverem sido enviados para o IML". Os familiares garantem ter informaçoes de que a placenta do bebê nao foi retirada do corpo da estudante e isso teria causado sua morte. O laudo do IML será divulgado na próxima semana.

"O Conselho de Medicina é quem tem competência legal para julgar atitudes médicas, mas na minha avaliaçao, parturiente com febre nao tem alta", afirmou o secretário Gilson Cantarino. "Em um semestre, a maternidade fez 2.300 partos; nao posso simplesmente interditá-la e deixar a populaçao sem assistência", disse

O delegado Bismarck Santana, encarregado do caso, confirma que o número de queixas por negligência médica tem aumentado desde que o hospital foi terceirizado.

A direçao do Pedro II se nega a comentar os casos, alegando que a unidade está sob intervençao da SES.




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