As sucessivas denúncias contra o hospital levaram o secretário estadual de Saúde, Gilson Cantarino, a afirmar que a terceirizaçao da unidade pode ser revista. "Instaurei uma comissao para investigar a real situaçao do Pedro II", disse. Em julho de 98 o hospital passou a ser administrado pelo Grupo Médico Pelegrini. Desde entao, três bebês e quatro parturientes tiveram morte suspeita, que estao sob investigaçao da Secretaria Estadual de Saúde. Hoje familiares das vítimas fizeram manifestaçao pacífica, com faixas e cartazes, em frente ao hospital.
Um parente de Débora, que nao quis se identificar, contou que a estudante teve o bebê em parto normal na noite de quinta-feira da semana passada. Mesmo com febre, ela teria tido alta no sábado, mas voltou ao hospital à noite para ser medicada. Débora foi internada em estado grave no domingo, com septicemia (infecçao generalizada). "Retiraram o útero e ovário para tentar salvá-la, mas já era tarde", contou.
"Houve negligência médica mas nao poderemos provar se os órgaos nao tiverem sido enviados para o IML". Os familiares garantem ter informaçoes de que a placenta do bebê nao foi retirada do corpo da estudante e isso teria causado sua morte. O laudo do IML será divulgado na próxima semana.
"O Conselho de Medicina é quem tem competência legal para julgar atitudes médicas, mas na minha avaliaçao, parturiente com febre nao tem alta", afirmou o secretário Gilson Cantarino. "Em um semestre, a maternidade fez 2.300 partos; nao posso simplesmente interditá-la e deixar a populaçao sem assistência", disse
O delegado Bismarck Santana, encarregado do caso, confirma que o número de queixas por negligência médica tem aumentado desde que o hospital foi terceirizado.
A direçao do Pedro II se nega a comentar os casos, alegando que a unidade está sob intervençao da SES.
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