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Caravana da morte despedaçava as vítimas
Das Agências
26/01/2001 | 13:53
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O general da reserva chileno Joaquín Lagos revelou terríveis detalhes das execuções de presos políticos cometidas pela caravana da morte, causa do processo contra o ex-ditador Augusto Pinochet.

As vítimas do pelotão de fuzileiros 'tiravam os olhos com 'corvos' (punhais de combate), quebravam as mandíbulas, quebravam as pernas', relatou o ex-militar numa entrevista divulgada pelo canal 7 da Televisão Nacional (estatal) em seu noticiário noturno de quinta-feira e matutino desta sexta-feira.

'La caravana', enviada a províncias por Pinochet para 'acelerar' os julgamentos de opositores detidos, agiu em cinco lugares do território em outubro de 1973, deixando um saldo de 75 mortos.

Durante um interrogatório a 23 de janeiro, Pinochet negou qualquer culpa na série de homicídios e disse que os processos dos detidos e as investigações das denunciadas brutalidades da delegação eram da competência das guarnições castrenses locais.

'Não sou nenhum criminoso', 'Em nenhum momento ordenei fuzilamento de qualquer pessoa', afirmou o ex-presidente ao juiz Juan Guzmán, transferindo as responsabilidades a subalternos.

'As vítimas eram fuziladas por partes. Primeiro as pernas, depois os órgãos sexuais, em seguida o coração —digamos assim — com metralhadoras', lembrou.

Lagos lembrou também cenas da tarefa cumprida pela 'caravana', 'em minha área jurisdicional e nas minhas costas'.

"Os fuzilados ficavam em pedaços, até o ponto de não se poder recompô-los, ou deixá-los de uma forma decente', disse o general.




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