Assim que a informação se tornou pública, a cidade convulsionou, espantada com a singularidade do contrato e os valores exorbitantes. Como o governo municipal tem se mostrado refratário à transparência e segue sonegando detalhes do acordo, os questionamentos pipocam à espera de respostas. Ao menos duas ações tramitam no Ministério Público em busca de explicações sobre a parceria da Guima-Desintec com a Prefeitura de São Caetano. Reportagem publicada nesta edição talvez explique o receio do Palácio da Cerâmica, sede do Executivo, em vir a público: a oposição descobriu pontos conflitantes no edital aberto de afogadilho para contratar a empresa que prestaria os serviços.

É altamente preocupante que a Guima, uma das grandes empresas da região, passe ao largo da razoabilidade e do bom-senso ao fechar este estranho e nebuloso contrato com a Prefeitura de São Caetano. Ao se aliar à administração, recusando-se a prestar esclarecimentos sobre os detalhes do acordo que deveriam ser públicos, a empresa arrasta para cima de si desconfianças que, a princípio, recaíam todas nas costas do prefeito José Auricchio Júnior e sua equipe. É inexplicável que, mais de uma semana após a imprensa divulgar os valores dos serviços, ainda se desconheçam as cláusulas que embasam o acerto – cujo dinheiro público para começar a pagá-lo, pasme-se, já está empenhado!