As sete cidades reúnem 246,6 mil microempreendedores individuais; São Bernardo é o município com maior número de profissionais
O MEI (Microempreendedor Individual) completa 16 anos de criação em 2024, a pessoa que trabalha por conta própria pode se legalizar como pequeno empresário e ter um CNPJ aderindo a esse programa. Dados divulgados pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), mostram que no Grande ABC, em 2020, a quantidade de MEIs abertos era de 171.621. Em 2023 esse número era 246.633, ou seja, um crescimento de 30,41% em três anos.
A cidade que mais possui microempreendedores participantes do programa é São Bernardo, com 76.105; em seguida vem Santo André, com 69.355, Diadema (36.781), Mauá (34.676), São Caetano (16.173), Ribeirão Pires (10.083) e Rio Grande da Serra (3.460).
Segundo Vinicius Nóbrega, gerente regional da Sebrae-SP, são várias vantagens de ser MEI, “A principal é sair da informalidade. A pessoa consegue ter mais linhas de crédito e também passa a poder emitir nota fiscal. Um outro ponto é sobre o acesso aos benefícios previdenciários, como aposentadoria por idade, auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte”, afirma.
Quem participa do programa deve pagar o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), é uma guia única com todos os impostos que devem ser pagos por empreendedores participantes do MEI, o valor varia de R$66,10 à R$71 dependendo do tipo de negócio.
“O Sebrae oferece uma cartilha com informações que mostram os benefícios, obrigações, entre outros, para as pessoas que querem ou são MEI. Além disso, há uma preparação sobre como ser gestor, cursos e orientações individuais e programas mais completos”, afirma Nóbrega.
Para você poder ser MEI é necessário faturar até R$81 mil por ano, ou R$ 6.750 por mês, ter no máximo um empregado contratado que receba um salário mínimo e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular.
Neide Nunes da Silva, 46 anos, trabalha como MEI desde 2010, “Eu comecei sendo cabeleireira em casa, pois precisava de mais flexibilidade depois que meu filho nasceu, mas senti que eu tinha que ter algo a mais para poder ter um ponto, já que os encargos para ter salão eram altos, então queria ter algum facilidade de crédito e eu vi que entrando no programa eu teria isso”, revela a profissional.
De acordo com ela, desde pequena sua mãe a ensinou o significado do trabalho e, no ano passado, ela resolveu entrar para o ramo de vestuário feminino e inaugurou seu estabelecimento, a Iandê Looks.
“Antes, com o salão de beleza eu tinha minha clientela fixa, mas depois de tantos anos resolvi mudar de ares e abrir a loja. Agora é diferente, minha maior dificuldade é a constância dos clientes no ramo da roupa é um pouco complicado, mas não é impossível!”, finalizou a lojista.
Já para a Neide Vidal da Silva Freschi, 51, se tornar microempreendedora foi uma decisão ousada,
“Abri o Ateliê Gostosuras da Neide em 2021, pois a mercearia que eu fornecia havia fechado. Era durante a pandemia, eu fazia as receitas em casa e as entregava na porta dos clientes, tinha todo um protocolo. Tive de ter bastante ousadia e coragem, mas conseguimos passar por essa fase mesmo com as dificuldades.”
Na loja trabalham ela, a filha Beatriz, 23, e ocasionalmente sua mãe a ajuda, produzindo e vendendo bolos, salgados, tortas, pães caseiros, entre outras gostosuras.
“A parte mais difícil foi a mudança da rotina, antes eu era apenas a fornecedora. Tive que aprender a cuidar da parte comercial, sendo microempreendedor tem mais trabalho, porém é muito mais gratificante poder trazer uma memória afetiva pros clientes através da comida”, conta a microempreendedora.
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