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Varejo corta taxas de crediário
17/09/2003 | 22:01
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O comércio reagiu rapidamente ao corte da taxa básica de juros (Selic). Pelo menos quatro grandes redes de varejo de eletrodomésticos e móveis anunciaram nesta quarta-feira redução dos juros ao consumidor. A partir desta quinta, a Arapuã diminui os juros nos financiamentos com cheque pré-datado em até nove vezes de 6,1% para 4,5% ao mês. Nas operações pelo crediário em até 12 vezes, a taxa baixou de 8,2% para 7,5% ao mês.

A Casas Bahia, maior rede de eletroeletrônicos do país, também planeja cortar os juros, seguindo a tendência da Selic. Atualmente, os juros cobrados pela rede são de 5,9% ao mês nos planos em até dez vezes. A partir de segunda-feira, a Lojas Cem reduz os juros do crediário, que estão hoje em 5,3% ao mês para o plano mais longo, de 20 prestações. "Tomamos a iniciativa de reduzir antes mesmo da decisão final do Copom", disse o supervisor-geral da rede, Valdemir Colleone. Ele acrescentou que a nova taxa a ser cobrada do consumidor será definida nos próximos dias.

O Magazine Luiza reúne nesta quinta-feira o seu comitê de crédito para decidir o porcentual do corte. Em até 18 vezes, a taxa atual é de 5,99% ao mês. "Em função da nova Selic, há espaço suficiente para cortar os juros ao consumidor", disse o diretor de vendas e marketing da rede, Frederico Trajano Rodrigues.

A rapidez do comércio em repassar a queda da Selic para o consumidor reflete a pressa dos lojistas em aquecer desde já vendas para o fim do ano. "Trata-se de um incentivo adicional ao consumo", afirmou o presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Miguel de Oliveira.

Desaceleração – O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horácio Lafer Piva, considera que o Banco Central desacelerou o ritmo de queda dos juros antes do tempo. Para Piva, as indústrias esperavam redução de pelo menos 2,5 pontos porcentuais. "Nas condições atuais, reduzir os juros em apenas dois pontos retarda o ciclo de crescimento que está para começar."

A Federação do Comércio do Estado de São Paulo acha que ainda há espaço para queda de até três pontos porcentuais na Selic, sem prejuízos para a política monetária. "A taxa real de juros, descontada a estimativa de inflação para o ano, ainda se mantém em nível muito elevado", disse o presidente da entidade, Abram Szjaman.




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