O mercado de cartões de crédito deve atingir neste mês a marca histórica de R$ 101,6 bilhões em faturamento - crescimento de 22,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O volume a ser conquistado no primeiro semestre é superior ao total registrado durante os 12 meses de 2004.

Segundo o levantamento da Itaucard O Cartão de Crédito e a Baixa Renda, essa expansão deve ser impulsionada, principalmente, pelo aumento da participação no setor da chama baixa renda - população com renda de até 1.499 ao mês.

Nos últimos cinco anos, a participação dessa camada registrou o crescimento de 142% no faturamento da indústria de cartões de crédito em relação a 2003, enquanto as demais faixas de renda atingiram a alta de 85%.

Para o diretor de Marketing de Cartões do Banco Itaú, Fernando Chacon, a popularização do ‘plástico' entre a baixa renda se deve à percepção de que é uma ferramenta auxiliar no controle e na administração do orçamento familiar.

"O cartão passou a ser visto como um facilitador do crédito, um instrumento que dá a liberdade de escolher onde comprar e como pagar. Por não exigir comprovações adicionais, o meio proporciona a realização de sonhos de consumo sem constrangimentos", observou Chacon.

Ele explica que, enquanto em 2003 a diferença no faturamento total do mercado de cartões entre a baixa renda e as demais rendas era de 17,8 pontos percentuais, com participação de 41,1% e 58,9%, respectivamente, no ano passado esse número já havia caído para 4,4 pontos, com 47,8% e 52,2% de participação, respectivamente.

Até dezembro, a projeção é que a movimentação chegue a R$ 223 bilhões, o que mostra a expansão de 21,4%. Neste mês, o faturamento deverá chegar a R$ 17,6 bilhões, o incremento de 19,4% em relação ao mesmo mês de 2007.

Nos últimos cinco anos foram emitidos 31 milhões de novos cartões para consumidores com renda até R$ 1.499, enquanto para os demais rendimentos foram emitidos 15 milhões de ‘plásticos'.

Atualmente há no País 99,7 milhões de cartões de crédito, e a expectativa é que o poder de compra e a confiança das camadas menos favorecidas façam o volume chegar a 100 milhões de unidades no próximo mês.