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EUA mantêm apoio à Aliança do Norte mas exigem governo de coalizão
Tatiana Freitas
Do Diário OnLine
13/11/2001 | 21:50
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Apesar de ter desobedecido à orientação do presidente George W. Bush, a Aliança do Norte continuará tendo o apoio dos Estados Unidos. Nesta terça-feira, Bush afirmou estar satisfeito com a ocupação de Kabul e ressaltou que sua preocupação é com o futuro da população afegã. “Vamos continuar trabalhando junto com a Aliança do Norte para ocupar as cidades que faltam e assegurarmos que eles respeitem os direitos humanos do povo que eles estão libertando”, afirmou.

O Pentágono calcula que metade do Afeganistão tenha sido tomada pela oposição. “As últimas ofensivas militares da Aliança do Norte dividiram o país em dois”, afirmou um oficial do Departamento de Defesa americano à rede CNN. A tomada de Kabul aconteceu no início da manhã desta terça (horário local). No entanto, os opositores garantem que a intenção não era invadir a capital afegã, mas sim ficar nas fronteiras.

Em entrevista coletiva concedida ao lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, Bush reafirmou a versão dos líderes oposicionistas, afirmando que a entrada em Kabul só aconteceu porque eles foram surpreendidos com a deserção talibã, o que provocaria um vácuo político. “Eu ouvi com atenção as declarações feitas pela Aliança do Norte e eles deixaram claro que não tiveram a intenção de ocupar Kabul.” A justificativa, então, “absolveria” a Aliança.

Mais tarde, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, não apenas confirmou apoio à Aliança como informou que soldados americanos também ocuparam Kabul. Ele anunciou ainda que há homens no Sul do Afeganistão com o objetivo de localizar bases talibãs e da Al Qaeda, organização terrorista comandada pelo saudita Osama Bin Laden. Rumsfeld disse que a tomada da capital não significa o fim da guerra e Bush reafirmou que o objetivo é destruir a Al Qaeda e o regime que apóia o terrorismo.

Agora, a preocupação com os ataques militares se divide com a dúvida sobre qual posição será tomada pela Aliança do Norte, agora fortalecida. O temor é de que o poder traga de volta o ódio que a Aliança do Norte possuía de etnias diferentes. “Vamos continuar trabalhando para que eles respeitem os direitos humanos”, disse Bush.

Para evitar novos confrontos na região, os aliados lutam por um governo de coalizão. Assim que soube da ocupação, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pediu a presença imediata da Organização das Nações Unidas (ONU) em Kabul. Em seguida, a organização informou que enviará uma missão política à capital afegã imediatamente. A ONU pediu a todas as facções afegãs para participar de uma conferência com o objetivo de fechar um governo multiétnico para o país.

Em resposta, o ministro do Exterior da Aliança do Norte, Abdullah Abdullah, afirmou que aceita a presença da ONU em Kabul e também pediu para que todos os grupos étnicos do país retornem à capital para discutir a criação de um novo governo. Abdullah ressaltou, porém, que a Aliança não vai aceitar que estrangeiros governem o Afeganistão.




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