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Exatos 20 dias depois que a empresa que comandava deixou sem força e luz moradores da Região Metropolitana de São Paulo, os do Grande ABC incluídos, Nicola Cotugno deixou ontem a presidência da Enel no Brasil. A demissão do executivo, embora represente medida significativa, por si só não garante a melhoria imediata na qualidade dos serviços prestados pela concessionária de energia elétrica. A mudança de liderança é uma resposta às crescentes críticas e insatisfações dos consumidores com os frequentes problemas de distribuição. No entanto, é imperioso reconhecer que a decisão, para ser efetiva, deve vir acompanhada de medidas concretas e investimentos substanciais.
Para que haja uma verdadeira transformação na qualidade do serviço prestado pela Enel, é imperativo que a demissão de Cotugno seja seguida por um plano estratégico abrangente, que inclua investimentos significativos na infraestrutura do sistema de distribuição de energia elétrica – o que inclui aterrar a fiação, para que deixe de ser afetada por eventos climáticos extremos, como foi o caso daquela sexta-feira do apagão, 3 de novembro. A modernização e fortalecimento da infraestrutura são essenciais para garantir a confiabilidade e a segurança no fornecimento de energia, reduzindo a incidência de falhas e interrupções que impactam negativamente os consumidores e a economia local.
Para além da troca em seu primeiro escalão – necessária como desagravo para os clientes que, em alguns casos, ficaram cinco dias sem abastecimento – é fundamental que a nova liderança da Enel, agora nas mãos de Antonio Scala, demonstre compromisso com a transparência e a prestação de contas. A implementação de práticas de gestão mais eficientes, aliada a uma comunicação aberta com os consumidores e órgãos reguladores, pode contribuir para restaurar a confiança na concessionária. Dessa forma, a demissão de Cotugno não será apenas uma mudança superficial, mas um passo concreto em direção à melhoria duradoura na qualidade dos serviços prestados pela companhia no Grande ABC.
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