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Mostra de fotografias é atração em Sto.André
Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
03/09/2003 | 18:49
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Na exposição que começa às 20h desta quinta-feira no Salão de Exposições do Paço Municipal de Santo André, batizada como Encontros e Pretextos, a fotografia é apresentada não como meio de registro da realidade, função intrínseca à linguagem, mas sobretudo como expressão artística. Em muitos dos trabalhos exibidos fica evidente o teor experimental. Isso tanto no que diz respeito às técnicas utilizadas nas composições quanto às poéticas desenvolvidas. O evento fica em cartaz até o dia 27, com entrada franca.

A mostra reúne trabalhos de dez fotógrafos, gente que de uma forma ou outra está relacionada ao Grande ABC. É a turma que compõe o Núcleo de Fotografia da Casa do Olhar. Um dos participantes, Marcos Blau, exibe ainda imagens sob dois pseudônimos, Emanoel Candeias e Jorge Lumeeiro.

Nário Barbosa, repórter fotográfico do Diário, expõe obras nas quais fez uso de interferências sobre o negativo ou sobre a ampliação fotográfica. Para isso, utilizou água sanitária e ponta-seca. Um dos resultados é a imagem de um esquálido cachorro vira-lata captada no centro de Santo André, uma cena bem dramática.

Candeias exibe fotos feitas em uma máquina de grande dimensão criada por ele próprio e na qual o fotógrafo entra dentro dela. “É uma câmera-escura, similar às utilizadas nos primórdios da fotografia”, disse.

Outro que lança olhares ao passado da linguagem é Carlos Marson. Colocou o papel virgem em tubinhos de filmes e latas variadas criando ele mesmo as máquinas fotográficas. “Volto no tempo, mas também olho para o futuro, pois trato as fotos em computador”, afirmou.

O fogo foi um dos recursos utilizados por Giampietro Zanon em interferências realizadas direto no negativo. Os resultados estão reproduzidos em um vídeo em exibição. “Mostro uma segunda realidade possível dentro da imagem”, disse o jovem de 17 anos, o caçula do Núcleo.

Cenas urbanas marcadas pelo teor geométrico e por cores fortes é o assunto de Marcelo Ribeiro: ele fotografou as portas de aço comuns em botecos e garagens.

A cidade também é o assunto de Marcello Vitorino, como a imagem em que uma menina (filha dele) caminha diante do Conjunto Nacional, na avenida Paulista. Blau optou pelo preto-e-branco: “São fotografias de diversos locais, como São Paulo e Santo André, fragmentos de uma espécie de caderno de anotações fotográfico”.




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