Os Estados Unidos querem "um Oriente Médio radicalmente diferente" para ganhar a guerra contra o terrorismo, declarou nesta quinta-feira a secretária de Estado Condoleezza Rice, avisando que eliminar a rede Al Qaeda e seu líder Osama bin Laden não bastará para alcançar este objetivo.

Em uma audiência ante o Senado americano, Rice afirmou que desde os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington, o governo tinha "uma estratégia muito mais ampla" para promover reformas democráticas em todo o Oriente Médio e pregar o islamismo moderado.

O objetivo de Washington é "fazer alianças no coração do mundo árabe na guerra contra o terrorismo, e lidar com um Oriente Médio radicalmente diferente", explicou. "Não íamos poder contar com um tipo diferente de Oriente Médio com o Iraque de Saddam Hussein", destacou, justificando a invasão americana deste país, em março de 2003.

"A emergência de um Iraque moderado e democrático será fundamental para contar com um Oriente Médio diferente, que é a única maneira de vencer o terrorismo a longo prazo", ressaltou Rice.

Os diretores da CIA (Agência Central de Inteligência) e do FBI (Polícia Federal americana), Porter Goss e Robert Mueller, advertiram na quarta-feira em audiência ante o Senado que a Al Qaeda continuava sendo "perigosa". "Temos de continuar mantendo a pressão", avisou por sua vez o secretário da Defesa Donald Rumsfeld, que alertou sobre riscos de novos atentados por parte da Al Qaeda.

Rice afirmou anteriormente que os Estados Unidos não descartavam o uso da força para resolver suas divergências com a Síria. "O presidente não descarta nenhuma opção, mas no caso da Síria, consideramos que pressões internacionais conjuntas podem convencer os sírios a respeitar a resolução emitida pelas Nações Unidas que exige sua retirada do Líbano", declarou.