Com 29 mortes, casos ultrapassam o registrado em todos os outros meses de 2023; número para o período também é o maior da série histórica, divulgada desde 2015
O alerta está ligado para os condutores, ciclistas e pedestres do Grande ABC. Após registrar os meses de março e junho mais letais da série histórica, divulgada desde 2015 pelo InfoSiga, sistema de monitoramento do governo estadual gerenciado pelo Detran-SP (Departamento de Trânsito de São Paulo), a região alcançou mais uma vez a marca negativa neste ano, desta vez para setembro. Com 29 mortes, o nono mês de 2023 ainda superou os oito primeiros – o recorde pertencia a março, com 27 óbitos.
No período de 1º a 30 de setembro de 2023, os 29 óbitos na região bateram a marca de 2022, quando 23 pessoas morreram. Os atropelamentos foram o tipo mais comum de ocorrência, com 10 casos. Ribeirão Pires não registrou óbito no mês. Já São Bernardo apresentou o maior número, com 15 mortes, seguida de Santo André (7), Diadema (4) e São Caetano, Mauá e Rio Grande da Serra (1 cada).
Do total de mortes, 62% ocorreram nas vias públicas das sete cidades (18). A maioria das vítimas guiava motocicletas (19), eram homens (25) e tinham entre 18 e 24 anos (9), seguindo o padrão de outros meses de 2023. Conforme mostrou o Diário em julho, apenas no primeiro semestre deste ano, 52 motociclistas vieram a óbito – 48% do total de 108 mortes – o maior número para o mesmo período desde o começo da contagem, há oito anos.
Conforme mostram os dados do InfoSiga, nos primeiros semestres de 2015 a 2018, os motociclistas não eram as principais vítimas do trânsito da região. A partir de 2019, quando 46% (50 de 109) dos registros de óbito foram de condutores de moto, o número de mortes na categoria está em ascensão: 40% em 2020, 42,50% em 2021, 43% em 2022, até chegar na marca registrada em 2023: 48%.
Pedro Borges, head de Mobilidade Segura do Observatório Nacional de Segurança Viária, ressalta a importância de ações de segurança para a diminuição dos altos números. Para condutores, o especialista orienta para não ser utilizado aparelhos telefônicos durante o trajeto, além de se atentar aos limites de velocidade das vias, que não podem ser excedidos. Borges também pede que haja respeito e cuidado para com a segurança de pedestres e ciclistas, com mais atenção a sinalizações das ruas, avenidas e rodovias, e com outros condutores, mantendo uma distância segura entre veículos.
Para os pedestres, o head de Mobilidade Segura destaca algumas orientações, como atravessar as vias em faixas para a categoria, além de respeitar os semáforos. Assim como para os motoristas, Borges recomenda que não haja distrações durante os trajetos, para ser mantida sempre a atenção. Na região, das 27 vítimas do trânsito, oito eram pedestres, número que representa 29% do total, ou seja, quase um terço dos óbitos.
Em relação ao geral desde janeiro – 1° de janeiro a 30 de setembro –, o Grande ABC apresentou estabilidade, passando de 168 óbitos em 2022 para 173 neste ano. Durante o mesmo período, o número de acidentes caiu na região, de 6.013 no ano passado para 5.981 em 2023, uma queda de 0,5%, também considerado estável. No Estado de São Paulo, houve alta de 8,2%, passando de 135.934 para 147.189.
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