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Cientistas criam Snuppy, o primeiro cão clonado do mundo
Da AFP
03/08/2005 | 15:01
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Cientistas sul-coreanos anunciaram nesta quarta-feira a clonagem bem-sucedida de um cachorro. Os pesquisadores utilizaram a mesma técnica que permitiu a clonagem da ovelha Dolly para criar um clone a partir de um galgo afegão de três anos.

O clone, que nasceu no último dia 24 de abril, ganhou o nome de Snuppy da Universidade Nacional de Seul, informou a revista científica britânica "Nature".

Snuppy, com pêlo preto, castanho e branco, é geneticamente idêntico ao pai, de acordo com testes de DNA. Este cachorro entra agora no grupo dos animais clonados, formado por ovelhas, camundongos, vacas, gansos, porcos, coelhos, gatos, mulas, cavalos, ratos e um boi selvagem indiano.

Dolly, que nasceu na Escócia em julho de 1996, foi o primeiro mamífero a ser criado a partir de uma célula de animal adulto. A técnica, chamada de transferência somática do núcleo da célula, consiste em remover o núcleo de um embrião que contém o código genético e substituí-lo pelo núcleo da célula adulta do animal que será clonado.

 Para os cientistas, os cachorros estão entre os animais mais difíceis de serem clonados, por causa da dificuldade de adquirir embriões maduros. Ao contrário de outras espécies de mamíferos, os cachorros ovulam quando seus embriões ainda são imaturos. Os embriões imaturos entram num duto especial, onde amadurecem por dois ou três dias.

A equipe de cientistas, liderada por Woo Suk Hwang, da Faculdade de Medicina Veterinária, conseguiu contornar este problema ao lavar com cuidado o duto, para colher os embriões maduros. O núcleo do embrião que deu origem a Snuppy veio da pele da orelha de um galgo afegão, enquanto a mãe de aluguel era um labrador amarelo.

A equipe acredita que a experiência significa uma esperança para os conservacionistas que querem preservar espécies raras, e para especialistas em cães que querem descobrir como os genes afetam o comportamento das várias raças de cães.

Mas a taxa de sucesso da clonagem ainda é muito baixa. Um total de 1.095 embriões foram transferidos para 123 recipientes. Apenas três desses embriões resultaram em gestações, e apenas duas das três gestações foram bem-sucedidas. O outro filhote - chamado de NT-2, um nome menos gracioso do que Snuppy - morreu de pneumonia depois de 22 dias.

Os animais clonados geralmente têm vida curta ou adoecem com facilidade, e esta é a razão - além da questão moral - pela qual os cientistas são reticentes em relação à clonagem de seres humanos.

Suspeita-se que os fracassos em experiências de clonagem sejam causados pela técnica, que danificaria o código genético ou não conseguiria transferi-lo integralmente para outro embrião. Em conseqüência, a máquina de produção de proteínas, que cria e sustenta os tecidos, parece não funcionar muito bem nos clones.

No caso de Dolly, a ovelha morreu em fevereiro de 2003, depois de sofrer de artrite prematura e de uma doença pulmonar degenerativa. Dolly viveu a metade do tempo previsto para a espécie.




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