Diarinho Titulo Diarinho
A presença é o melhor presente

Existem opções gratuitas para que pais e filhos curtam o Dia das Crianças; nem sempre os produtos desejados pela garotada cabem no orçamento dos adultos; museus e parques têm programação especial para a data

Nilton Valentim
08/10/2023 | 07:00
Compartilhar notícia
Divulgação


Bola, boneca, videogame, carrinho, roupa, tênis, celular ou tablet. Estes e muitos outros itens aparecem na lista de desejos da garotada para o Dia das Crianças. Mas será que ganhar presente é a única possibilidade de festejar essa data? E se os pais, mães, tios avós e outros adultos não tiverem dinheiro suficiente para as compras, estará tudo perdido? A resposta é não, pois existe uma série de atividades gratuitas que podem ser realizadas no feriado e que podem ser tão (ou mais!) gostosas do que abrir um pacote colorido.

“Considerando o feriado e a possibilidade de fazer atividades diversas, podemos planejar experiências diferentes, de preferência na natureza e ao ar livre. O mais importante de tudo é realmente a disposição dos pais, a conexão deles com os filhos e a programação. É necessário entender a prioridade de estar conectado, de não querer ficar fugindo para outras ações como celular e tarefas de casa. Então, mais do que o lugar e a experiência, a criança realmente vai apreciar a disponibilidade por parte dos adultos”, afirma Maya Eigenmann, que é pedagoga, educadora parental e autora dos livros A raiva não educa. A calma educa e Pais feridos, filhos sobreviventes e como quebrar este ciclo.

E neste pacote de eventos gratuitos se encaixam atividades em parques, nas unidades do Sesc ou mesmo em museus, como o MAM (Museu de Arte Moderna), Masp (Museu de Arte de São Paulo ou o Museu da Língua Portuguesa. Em todos eles será possível aproveitar apresentações, participar de brincadeiras e aproveitar o convívio entre pais e filhos, cada vez mais difícil por causa da correria do dia a dia. 

Mas se os argumentos não foram suficientes para convencer as crianças, o economista Jeffferson José da Conceição, da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), sugere que os pais mostrem aos filhos a diferença entre desejo e necessidade. Ele cita que o dinheiro que será usado para comprar os presentes tem de caber no orçamento da família, e onde também saem os valores para despesas como comida, escola, transporte e moradia. 

“As crianças não demandam nada além da nossa disponibilidade emocional. Então, se quero tornar esse e todos os outros dias especiais, precisamos repensar como construímos o nosso dia a dia, como priorizamos outras coisas e não damos de fato atenção para as crianças do jeito que elas precisam. Se é uma construção diária, o Dia das Crianças vai ser apenas mais um dia maravilhoso na vida delas”, afirma Maya.

Para os pais que querem presentear, mas o dinheiro está curto, e não será possível dar o que a criança quer, a educadora manda um recado. “Aconselho falar com muita honestidade. Por exemplo: ‘Amor, não vamos conseguir comprar esse presente para você. Conseguimos gastar até R$ 50 ou R$ 100. Vamos mostrar as opções que têm nesse preço em uma loja’. Pode ser que a criança fique frustrada, mas vamos acolher essa frustração, porque ela tem o direito de ficar assim, já que não compreende ainda a dimensão de dinheiro ganho e quanto pode ser gasto. A criança só entende que os pais não estão comprando o que ela gostaria. Por isso, precisamos ser honestos e falar realmente a verdade sem achar que o filho deveria gostar ou aceitar”. Ficam as dicas.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;