Empresa cobra R$ 2,8 milhões referentes à dívidas assumidas pelo clube, que terá 10 dias para regularizar situação a partir da citação
A AD São Caetano (juridicamente inscrito como São Caetano Futebol) está sendo alvo de um pedido de falência impetrado judicialmente pela Stars Securitizadora por uma dívida que soma R$ 2.861.233,66. De acordo com a ação, o clube reconheceu o valor em Confissão de Dívida e acordou, em junho de 2022, o pagamento em 50 parcelas de R$ 51.975,18. A Star Securitizadora ainda alega ter dado carência de um ano para o clube começar a pagar, sendo a primeira parcela com vencimento em junho de 2023, acordo não honrado pelo clube. “Já tentamos receber de todas as formas. O clube teve diversas oportunidades para honrar o acordo. Não temos outra opção a não ser entrar com o pedido de falência. Agora, meu cliente não quer mais acordo”, explicou o Alexandre Bassi Lofrano, advogado responsável pela ação, que complementa. “Esse já é o segundo pedido que fazemos à Justiça. Já tem outra execução em andamento”. Somadas, as ações chegam a R$ 6 milhões, calcula Lofrano.
No pedido de falência que trâmita na 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem, em São Paulo, a dívida, agora, deverá ser paga integralmente, acrescida de correção monetária e juros, o que chega os R$ 2.915.807,60.
Longe dos tempos áureos, quando revelou jogadores e disputou as principais competições do futebol nacional, sendo, inclusive, campeão paulista de 2004 e finalista da Libertadores da América de 2002, atualmente o Azulão agoniza com dívidas exorbitantes e deteriorização patrimonial.
Em campo, o time amargou este ano a queda para a Série A-3 do Campeonato Paulista, teve uma fraca participação na Copa Paulista e já não disputa uma competição nacional há três anos. Para tentar mudar essa situação, o clube tentou ir à leilão por três ocasiões, com lance inicial de R$ 90 milhões e posteriormente R$ 60 milhões, e viu fracassar todas as investidas.
Procurada pelo Diário, a assessoria do São Caetano informou que os advogados do clube estão cuidando do caso e que não existe a possibilidade de falência.
SAF
Na opinião do advogado Ricardo Del Sole, especialista em Direito Empresarial, casos como o do São Caetano revelam a situação caótica que passam muitos clubes brasileiros administrativa e financeiramente. Em sua opinião, a SAF( sigla para sigla para Sociedade Anônima de Futebol), que abre a possibilidade da venda parcial ou total do futebol para novos proprietários, é um caminho importante. “A SAF vem para tentar propor soluções para crises, e se de isso de fato vai se refletir em mecanismos para deixar a operação saudável só o tempo vai dizer. Mas que esse é um instrumento importante para profissionalizar as gestões isso é”, observa chamando a atenção para as discussões que estão acontecendo no Congresso a fim de aprimorar as Leis das SAFs. “Talvez não seja o modelo perfeito, mas a julgar pela quantidade de clubes que estão buscando essa saída, o caminho parece ser viável”, finaliza.
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