O estado de saúde do líder palestino, Yasser Arafat, não melhorou desde o último boletim médico divulgado na última sexta-feira. A informação é do general Christian Estripeau, porta-voz do Serviço Médico das Forças Militares francesas. "Não há evolução (do quadro clínico) em relação ao boletim médico divulgado na sexta. Não está prevista nenhuma declaração para a imprensa durante o dia de hoje (sábado)", disse.

Na sexta-feira, o porta-voz declarou que o estado de saúde de Arafat "não se agravou" e que era "considerado estável" em comparação ao boletim anterior. O líder palestino permanecia em estado crítico, mas sem alterações, enquanto que seus colaboradores mais próximos e familiares insistem que sua recuperação ainda é possível.

"Apesar do estado de saúde crítico do presidente Arafat, sua situação não chegou a um estado irreversível como divulgaram alguns veículos de comunicação e esperamos que melhore nos próximos dias", afirmou seu principal conselheiro, Nabil Abu Rudeina. Na última quinta-feira, uma fonte médica francesa chegou a afirmar que o presidente da Autoridade Palestina estava em estado de "morte cerebral".

Simpatizantes da causa palestina mantêm sua vigília, em frente ao Hospital Militar de Percy, em Clamart (proximidades de Paris), onde há várias velas e retratos de Arafat ao pé de uma bandeira palestina. Na noite deste sábado, cerca de 300 pessoas participaram de uma manifestação em solidariedade a Arafat e aos palestinos. "Abu Ammar (como Arafat é chamado) viverá, a Palestina vencerá", gritavam os manifestantes, que ofereciam tâmaras aos pedestres para marcar a hora de quebra do jejum do Ramadã.

De um hotel parisiense, transformado em QG (Quartel General) desde a internação do líder palestino na França há oito dias, as pessoas próximas a Arafat acompanhavam atentamente as notícias sobre seu estado de saúde.

Segundo o site do jornal israelense Yediot Aharonot, Arafat abriu os olhos na madrugada deste sábado e conseguiu se comunicar com os médicos. De acordo com a página, os médicos precisam de mais três dias para determinar todas as causas da doença de Arafat, mas avaliam que estão em condições de curá-lo.

Um parente Yasser Arafat, Munib Masri, comentou neste sábado, em Clamart, que o líder palestino de 75 anos estava "consciente e estável" e que "saiu do coma ontem (sexta-feira)", embora tenha admitido que não o viu pessoalmente.

Em meio a essas versões contraditórias, o chefe do Departamento Político da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Faruk Kaddumi, tentou frear as especulações, ao declarar que a equipe médica é "a única entidade autorizada" a dar qualquer informação sobre a saúde de Arafat. Alguns membros da delegação palestina criticaram sua mulher, Suha, acusando-a de "monopolizar" as informações sobre o estado de saúde de seu marido.

Também neste sábado, em Paris, Mohamad Rashid, um conselheiro de Yasser Arafat descartou que o presidente da Autoridade Palestina seja repatriado em breve para os territórios palestinos para que faleça lá.